Palavras de Jeremias, filho de Helcias, um dos sacerdotes de Anatot, da tribo de Benjamim. 4Foi-me dirigida a palavra do Senhor, dizendo: 5“Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações”. 6Disse eu: “Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo”. 7Disse-me o Senhor: “Não digas que és muito novo; a todos a quem eu te enviar, irás, e tudo que eu te mandar dizer, dirás. 8Não tenhas medo deles, pois estou contigo para defender-te”, diz o Senhor. 9O Senhor estendeu a mão, tocou-me a boca e disse-me: “Eis que ponho minhas palavras em tua boca. 10Eu te constituí hoje sobre povos e reinos com poder para extirpar e destruir, devastar e derrubar, construir e plantar”.
Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor: * que eu não seja envergonhado para sempre! 2Porque sois justo, defendei-me e libertai-me! * Escutai a minha voz, vinde salvar-me! 3Sede uma rocha protetora para mim, * um abrigo bem seguro que me salve! Porque sois a minha força e meu amparo, † o meu refúgio, proteção e segurança! * 4Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio. 5Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança, * em vós confio desde a minha juventude! 6Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, * desde o seio maternal, o meu amparo. 15Minha boca anunciará todos os dias * vossa justiça e vossas graças incontáveis. 17Vós me ensinastes desde a minha juventude, * e até hoje canto as vossas maravilhas.
Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galileia. 2Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. 3E disse-lhes muitas coisas em parábolas: “O semeador saiu para semear. 4Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. 5Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. 6Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz. 7Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. 8Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. 9Quem tem ouvidos, ouça!”
Caríssimos irmãos e irmãs! As leituras da Liturgia da Palavra da celebração de hoje falam sobre a grande importância da Palavra de Deus e a enorme responsabilidade que tem o profeta em transmiti-la integral e honestamente. Pois, a Palavra de Deus é como a semente lançada na terra; e os frutos que dela se obtém são a vida e a salvação eterna para todos os homens!
Jesus Cristo era o Profeta por excelência da Palavra de Deus! Ele, sendo o Filho de Deus, também era o Verbo de Deus, a Palavra de Deus que se fez homem (Cfr. Jo 1, 1-14)! Por isso, todas as suas palavras e os seus discursos pronunciados publicamente eram verdadeiramente Palavra de Deus. Portanto, quando Jesus começou a anunciar o Evangelho do Reino dos Céus, estes seus discursos eram perfeitamente Palavra de Deus. Mesmo utilizando-se de uma linguagem extremamente simples, evangelizando através de parábolas, todavia, a sua mensagem expressava a mais elevada sabedoria divina. Embora parecesse trivial a sua pregação, entretanto as multidões se aglomeravam em torno dele para o escutar, pois sabiam que um grande profeta estava dirigindo-lhes a Palavra de Deus.
Portanto, foi deste modo que o profeta Jesus Cristo começou a pregar o seu Evangelho, anunciando a Boa-Nova do Reino dos Céus: “Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galileia. Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. E disse-lhes muitas coisas em parábolas: “O semeador saiu para semear… ” (Mt 13, 1-3). E apresentando às multidões aquela parábola do semeador que ia espalhando as sementes pelo chão, inclusive em terreno impróprio. Desta forma, Jesus dava a entender que o semeador lançava as sementes em diferentes terrenos, com qualidades distintas, e que acabavam produzindo frutos em quantidades diversas. Tão fácil quanto era a compreensão da parábola, também seria fácil a compreensão do seu significado espiritual. Pois, todos aqueles que ouvissem a Palavra do Senhor com má vontade, nenhum fruto produziriam. Porém, aqueles que recebessem a Palavra de Deus num bom coração, “seriam como as sementes que caíram em terra boa, e produziriam à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. Quem tem ouvidos, ouça” (Mt 13, 8-9).
Um outro profeta antigo, Jeremias, nos deu o seu testemunho de como Deus o chamou a ser profeta da sua Palavra, e como ele foi investido deste ministério. Dizia, então, Jeremias: “Foi-me dirigida a palavra do Senhor, dizendo: “Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações”. Disse eu: “Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo”. Disse-me o Senhor: “Não digas que és muito novo; a todos a quem eu te enviar, irás, e tudo que eu te mandar dizer, dirás. Não tenhas medo deles, pois estou contigo para defender-te”, diz o Senhor. O Senhor estendeu a mão, tocou-me a boca e disse-me: “Eis que ponho minhas palavras em tua boca. Eu te constituí hoje sobre povos e reinos com poder para extirpar e destruir, devastar e derrubar, construir e plantar” (Jr 1, 4-10).
E assim, uma vez estabelecido profeta entre as nações, Jeremias se colocou inteiramente ao dispor do Senhor, para anunciar a todos os homens a sua Palavra. Num momento de oração, o profeta pedia a Deus as graças e as forças necessárias para exercer bem este seu ministério, dizendo: “Escutai a minha voz, vinde salvar-me! Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio. Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança, em vós confio desde a minha juventude! Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio maternal, o meu amparo. Minha boca anunciará todos os dias vossa justiça e vossas graças incontáveis. Vós me ensinastes desde a minha juventude, e até hoje canto as vossas maravilhas” (Sl 70,3-6; 15; 17).
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