Assim fala o Senhor: 5“Ai de Assur, vara de minha cólera, bastão em minhas mãos, instrumento de minha indignação! 6Eu o envio contra uma nação ímpia e ordeno-lhe, contra um povo que me excita à ira, que o submeta à pilhagem e ao saque, que o calque aos pés como lama nas ruas. 7Mas ele assim não pensava, seu propósito não era esse; pelo contrário, sua intenção era esmagar e exterminar não poucas nações. 13Pois diz o rei da Assíria: ‘Realizei isso pela força da minha mão e com minha sagacidade, pois tenho experiência; aboli as fronteiras dos povos, saqueei seus tesouros, e derrubei de golpe os ocupantes de altos postos; 14minha mão empalmou como um ninho a riqueza dos povos; e como se apanha uma ninhada de ovos, assim ajuntei eu os povos da terra, e não houve quem batesse asa ou abrisse o bico e desse um pio’. 15Mas acaso gloria-se o machado, em detrimento do lenhador que com ele corta? Ou se exalta a serra contra o serrador que a maneja? Como se a vara movesse quem a levanta e um bastão erguesse aquele que não é madeira. 16Por isso, enviará o Dominador, Senhor dos exércitos, contra aqueles fortes guerreiros o raquitismo; e abalará sua glória com convulsões que queimam como fogo”.
Eis que oprimem, Senhor, vosso povo * e humilham a vossa herança; 6estrangeiro e viúva trucidam, * e assassinam o pobre e o órfão! 7Eles dizem: “O Senhor não nos vê * e o Deus de Jacó não percebe!” 8Entendei, ó estultos do povo; * insensatos, quando é que vereis? 9O que fez o ouvido, não ouve? * Quem os olhos formou, não verá? 10Quem educa as nações, não castiga? * Quem os homens ensina, não sabe? 14O Senhor não rejeita o seu povo * e não pode esquecer sua herança: 15voltarão a juízo as sentenças; * quem é reto andará na justiça.
Naquele tempo, Jesus pôs-se a dizer: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. 26Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 27Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra de hoje nos ensina e nos revela os mistérios mais elevados sobre a natureza de Deus, sobre a sua imensa sabedoria e sobre a sua divina providência. Mesmo que pareça que Deus tenha se ausentado do mundo, e que tenhamos sido abandonados por ele aqui, deixando-nos a mercê dos ímpios e dos prepotentes; contudo, ele continua mantendo uma presença espiritual e permanente neste mundo, sobretudo amparando os pequenos e humildes.
A Palavra de Deus que nos foi dirigida pelo profeta Isaías serviu como uma prova perfeita para demonstrar a presença espiritual de Deus neste mundo. Ela serviu também para demonstrar que Deus tinha plena ciência de tudo o que se passa entre os homens, e que tudo está ao seu dispor, de acordo com a sua vontade e a sua divina providência. Por isso, Deus disse, pelo profeta Isaías, que ele estava se servindo do rei Assur como um mero instrumento em suas mãos, para punir o seu povo; e que ele haveria puni-lo igualmente por causa de sua soberba, dizendo: “Ai de Assur, vara de minha cólera, bastão em minhas mãos, instrumento de minha indignação! Eu o envio contra uma nação ímpia e ordeno-lhe, contra um povo que me excita à ira, que o submeta à pilhagem e ao saque, que o calque aos pés como lama nas ruas” (Is 10, 5-6). Porém, quando Assur, cheio de presunção atribuiu à si os grandes feitos bélicos, Deus mandou-lhe dizer: “Mas acaso gloria-se o machado, em detrimento do lenhador que com ele corta? Ou se exalta a serra contra o serrador que a maneja? Como se a vara movesse quem a levanta e um bastão erguesse aquele que não é madeira. Por isso, enviará o Dominador, Senhor dos exércitos, contra aqueles fortes guerreiros o raquitismo; e abalará sua glória com convulsões que queimam como fogo” (Is 10, 15-16).
Por sua vez, caros irmãos, o profeta Davi começou a consolar os pobres e humildes do seu povo, repreendendo-os pela falta de fé e confiança em Deus, por acharem que o Senhor os tivesse abandonado nas mãos dos ímpios e dos malfeitores, dizendo: “Entendei, ó estultos do povo; insensatos, quando é que vereis? O que fez o ouvido, não ouve? Quem os olhos formou, não verá? Quem educa as nações, não castiga? Quem os homens ensina, não sabe? O Senhor não rejeita o seu povo e não pode esquecer sua herança: voltarão a juízo as sentenças; quem é reto andará na justiça” (Sl 93. 8-10; 14-15).
E finalmente, no Evangelho que acabamos de ouvir, fomos surpreendidos por Jesus Cristo com um dos mais belos discursos proferidos por ele em toda a sua pregação evangélica. Num momento de grande inspiração divina, ele revelou-nos o quanto Jesus, o Filho, e Deus Pai estavam felizes e exultantes em poder instruir os pequenos e humildes na mais elevada e sublime sabedoria de Deus, dizendo: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11, 25-27).
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