O Senhor falou a Moisés, dizendo: 23“Fala a Aarão e a seus filhos: Ao abençoar os filhos de Israel, dizei-lhes: 24O Senhor te abençoe e te guarde! 25‘O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! 26O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!’ 27Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei”.
Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção, * e sua face resplandeça sobre nós! 3Que na terra se conheça o seu caminho * e a sua salvação por entre os povos. 5Exulte de alegria a terra inteira, * pois julgais o universo com justiça; os povos governais com retidão, * e guiais, em toda a terra, as nações. 6Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, * que todas as nações vos glorifiquem! 8Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe, * e o respeitem os confins de toda a terra!
Irmãos: 4Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, 5a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. 6E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá – ó Pai! 7Assim já não és mais escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro: tudo isso, por graça de Deus.
De muitos modos, Deus outrora nos falou pelos profetas; nestes tempos derradeiros, nos falou pelo seu Filho.
Naquele tempo, 16os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido, deitado na manjedoura. 17Tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito sobre o menino. 18E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam. 19Quanto a Maria, guardava todos estes fatos e meditava sobre eles em seu coração. 20Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito. 21Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido.
Caríssimos irmãos! A Liturgia da Palavra da celebração de hoje comemora com toda solenidade a festa de Santa Maria, a Mãe de Deus!
Pois bem, caros irmãos, invocar a Virgem Santíssima sob o título de Mãe de Deus é uma outra forma de explicar e professar a nossa fé católica na complexa e misteriosa obra divina da Encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois, o filho da Virgem Maria era, na verdade, uma criatura humana perfeita e que trazia, dentro de si uma condição sobrenatural e invisível, de natureza divina, que era o Filho de Deus! Coisa estupenda e maravilhosa que somente à luz da fé era possível de ser reconhecida. Como declarou o Apóstolo: “Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva” (Gl 4, 4-5).
Este fenômeno maravilhoso e sobrenatural, da divindade de nosso Senhor Jesus Cristo misteriosamente escondida na figura humana de Jesus só podia ser acreditado por quem fora devidamente instruído pela revelação dos mistérios divinos. Por isso, os pastores, depois de terem sido instruídos polo anjo e iluminados pela fé, viram naquele menino reclinado na manjedoura a face de Deus, conforme testemunhou o evangelista Lucas: “Os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido, deitado na manjedoura. Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito” (Lc 16; 20).
Do rosto do menino Jesus, reclinado na manjedoura, resplandecia a bênção divina sobre toda a humanidade, conforme a oração de bênção de Aarão, que dizia: “O Senhor te abençoe e te guarde! ‘O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz” (Nm 6, 24-25)! E, voltando nosso olhar sobre a face de Jesus, devemos todos aclamá-lo, dizendo: “Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção, e sua face resplandeça sobre nós! Que na terra se conheça o seu caminho e a sua salvação por entre os povos” (Sl 66, 2-3).
Como a natureza divina de Cristo ficara oculta e encoberta sob a natureza humana, era óbvio que o reconhecimento da condição divina de Cristo só era possível pela fé e com o auxílio da graça divina. Por causa destas limitações humanas, desde cedo surgiram cristãos de pouca fé que duvidavam ou tinha dificuldade em crer na possibilidade de Jesus Cristo ser, de fato, Deus. Desde os tempos mais remotos na Igreja Católica surgiram hereges que contestaram ou negaram completamente a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo. Era necessário, portanto, cria certas fórmulas bem precisas da fé católica sobre a incontestável divindade de Cristo. Por isto, nossos santos padres apostólicos entenderam que a melhor fórmula para professar a fé na divindade de Cristo seria declarar a maternidade divina de Maria, conferindo-lhe o título de Mãe de Deus. Continuaram firmes neste propósito, mesmo sabendo que este título atribuído à Maria pudesse causar maiores confusões, dando pretexto aos hereges e a outros cristãos de levantarem novas disputas ou de tirarem conclusões distorcidas e precipitadas.
Entretanto, sem deixar-se intimidar por qualquer cristão mal-intencionados, os nossos antigos padres da fé católica entenderam que era necessário professar com toda a clareza e determinação a fé católica na divindade de Cristo e na maternidade divina de Maria. E, sobretudo, para que a fé na divindade de Cristo fosse professado firmemente, era necessário declarar que a Virgem Maria fosse reconhecida como Mãe de Deus, conforme o ato de fé do Anjo Gabriel, que no momento da anunciação confessou, dizendo: “Eis que conceberás e darás a luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo. Por isso, o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus” (Lc 1, 32-35). Pois, caros irmãos, “de muitos modos, Deus outrora nos falou pelos profetas; nestes tempos derradeiros, nos falou pelo seu Filho Jesus Cristo, o filho de Maria (Cf. Hb 1,1-2)!
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