Assim Moisés falou ao povo: 4“O sacerdote receberá de tuas mãos a cesta e a colocará diante do altar do Senhor teu Deus. 5Dirás, então, na presença do Senhor teu Deus: ‘Meu pai era um arameu errante, que desceu ao Egito com um punhado de gente e ali viveu como estrangeiro. Ali se tornou um povo grande, forte e numeroso. 6Os egípcios nos maltrataram e oprimiram, impondo-nos uma dura escravidão. 7Clamamos, então, ao Senhor, o Deus de nossos pais, e o Senhor ouviu a nossa voz e viu a nossa opressão, a nossa miséria e a nossa angústia. 8E o Senhor nos tirou do Egito com mão poderosa e braço estendido, no meio de grande pavor, com sinais e prodígios. 9E conduziu-nos a este lugar e nos deu esta terra, onde corre leite e mel. 10Por isso, agora trago os primeiros frutos da terra que tu me deste, Senhor’. Depois de colocados os frutos diante do Senhor teu Deus, tu te inclinarás em adoração diante dele”.
Quem habita ao abrigo do Altíssimo * e vive à sombra do Senhor onipotente, 2diz ao Senhor: “Sois meu refúgio e proteção, * sois o meu Deus, no qual confio inteiramente”. 10Nenhum mal há de chegar perto de ti, * nem a desgraça baterá à tua porta; 11pois o Senhor deu uma ordem a seus anjos * para em todos os caminhos te guardarem. 12Haverão de te levar em suas mãos, * para o teu pé não se ferir nalguma pedra. 13Passarás por sobre cobras e serpentes, * pisarás sobre leões e outras feras. 14“Porque a mim se confiou, hei de livrá-lo * e protegê-lo, pois meu nome ele conhece. 15Ao invocar-me hei de ouvi-lo e atendê-lo, * e a seu lado eu estarei em suas dores”.
Irmãos: 8O que diz a Escritura? “A palavra está perto de ti, em tua boca e em teu coração”. Essa palavra é a palavra da fé, que nós pregamos. 9Se, pois, com tua boca confessares Jesus como Senhor e, no teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. 10É crendo no coração que se alcança a justiça e é confessando a fé com a boca que se consegue a salvação. 11Pois a Escritura diz: “Todo aquele que nele crer não ficará confundido”. 12Portanto, não importa a diferença entre judeu e grego; todos têm o mesmo Senhor, que é generoso para com todos os que o invocam. 13De fato, todo aquele que invocar o Nome do Senhor será salvo.
Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo, Palavra de Deus! O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra da boca de Deus.
Naquele tempo, 1Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito. 2Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias. Não comeu nada naqueles dias e depois disso, sentiu fome. 3O diabo disse, então, a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão” . Jesus lhe respondeu: “A Escritura diz: ‘Não só de pão vive o homem'”. 5O diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe por um instante todos os reinos do mundo 6e lhe disse: “Eu te darei todo este poder e toda a sua glória, porque tudo isso foi entregue a mim e posso dá-lo a quem eu quiser. 7Portanto, se te prostrares diante de mim em adoração, tudo isso será teu”. 8Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás'”. 9Depois o diabo levou Jesus a Jerusalém, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo, e lhe disse: “Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo! 10Porque a Escritura diz: Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te guardem com cuidado!’ 11E mais ainda: ‘Eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra'”. 12Jesus, porém, respondeu: “A Escritura diz: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus'”. 13Terminada toda a tentação, o diabo afastou-se de Jesus, para retornar no tempo oportuno.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra deste primeiro Domingo da Quaresma nos revela que as tribulações e provações que Jesus passou no deserto, de modo semelhante, o povo hebreu também sofreu tais tribulações e provação, como escravos no Egito e vivendo quarenta anos no deserto. Assim como Jesus foi tentado pelo demônio no deserto, combatendo-o com a força de Deus, o povo hebreu também foi tentado naquele tempo pelo príncipe deste mundo, tendo sempre o Senhor, o seu Deus, ao seu lado como o seu protetor, dizendo-lhe: “Sois vós, ó Senhor, meu refúgio e proteção, * sois o meu Deus, no qual confio inteiramente” (Sl 90, 2).
Antes de Jesus dar início à sua obra de evangelizar os homens, ele precisava enfrentar o Príncipe deste mundo, o Diabo. Pois, para instaurar o seu Reino neste mundo, ele precisava primeiro desbaratar o reino do Maligno, enfrentando-o com o seu poder divino, cuja divindade estava escondida na sua humanidade. Por isso, disse o evangelista Lucas: “Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito. Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias” (Lc 4, 1-2).
O Diabo, no entanto, sabia que Jesus era o Filho de Deus, mas estava confuso e não conseguia acreditar que ele, de fato, fosse Deus, por estar sob a forma humana. Assim, vendo a humanidade de Jesus extremamente fragilizada pela fome, ele começou por aí as suas tentações, dizendo-lhe: “Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão” (Lc 4, 3). E Jesus, confrontando o Maligno, rebateu-o servindo-se da Palavra de Deus, dizendo: “A Escritura diz: ‘Não só de pão vive o homem’. Ou melhor dizendo: ‘O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra da boca de Deus'” ( Mt 4, 4b).
O povo Hebreu também sofreu duras provações e tentações quando esteve escravo no Egito e vagava no deserto, passando fome e miséria. Mas o Senhor veio em seu socorro, providenciando-lhes o alimento. Guardando, assim, a memória destes tempos difíceis, disse-lhes Moisés: “Dirás, então, na presença do Senhor teu Deus: Os egípcios nos maltrataram e oprimiram, impondo-nos uma dura escravidão. Clamamos, então, ao Senhor, o Deus de nossos pais, e o Senhor ouviu a nossa voz e viu a nossa opressão, a nossa miséria e a nossa angústia. E o Senhor nos tirou do Egito com mão poderosa e braço estendido, no meio de grande pavor, com sinais e prodígios. E conduziu-nos a este lugar e nos deu esta terra, onde corre leite e mel” (Dt 26, 5-9).
A seguir, o Demônio voltando-se para Jesus, propôs-lhe uma outra tentação. Então, “o diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe por um instante todos os reinos do mundo e lhe disse: “Eu te darei todo este poder e toda a sua glória, porque tudo isso foi entregue a mim e posso dá-lo a quem eu quiser. Portanto, se te prostrares diante de mim em adoração, tudo isso será teu”. Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás'” (Lc 4, 5-8).
O povo hebreu foi orientado por Moisés a fazer um culto de adoração a Deus, depositando sobre o altar as primícias dos frutos da terra, dizendo: “‘Agora, ó Senhor, trago os primeiros frutos da terra que tu me deste’. Depois de colocados os frutos diante do Senhor teu Deus, tu te inclinarás em adoração diante dele” (Dt 26, 10). E ainda deveria acrescentar, dizendo: “Quem habita ao abrigo do Altíssimo e vive à sombra do Senhor onipotente, diz ao Senhor: “Sois meu refúgio e proteção, sois o meu Deus, no qual confio inteiramente” (Sl 90, 1-2).
Por fim, numa terceira tentativa, o Diabo tentou Jesus, dizendo-lhe: “Depois o diabo levou Jesus a Jerusalém, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo, e lhe disse: “Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo! Porque a Escritura diz: Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te guardem com cuidado!’ E mais ainda: ‘Eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra'”. Jesus, porém, respondeu: “A Escritura diz: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus'” (Lc 4, 9-12).
São Paulo, contudo, nos disse que a fé em Jesus Cristo e a profissão pública de sua divindade seriam os melhores remédios contra o pecado e contra as tentações do maligno. Pois, acreditando de coração sincero em Cristo, nosso Senhor e Salvador, e professando-o com nossa boca, haveremos de nos proteger do maligno e obter a salvação, como ele disse: “Se, pois, com tua boca confessares Jesus como Senhor e, no teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. É crendo no coração que se alcança a justiça e é confessando a fé com a boca que se consegue a salvação” (Rm 10, 9-10).
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