Naqueles dias, 2a comunidade dos filhos de Israel pôs-se a murmurar contra Moisés e Aarão, no deserto, dizendo: 3“Quem dera que tivéssemos morrido pela mão do Senhor no Egito, quando nos sentávamos junto às panelas de carne e comíamos pão com fartura! Por que nos trouxestes a este deserto para matar de fome a toda esta gente?” 4O Senhor disse a Moisés: “Eis que farei chover para vós o pão do céu. O povo sairá diariamente e só recolherá a porção de cada dia a fim de que eu o ponha à prova, para ver se anda ou não na minha lei. 12Eu ouvi as murmurações dos filhos de Israel. Dize-lhes, pois: ‘Ao anoitecer, comereis carne, e pela manhã vos fartareis de pão. Assim sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus'”. 13Com efeito, à tarde, veio um bando de codornizes e cobriu o acampamento; e, pela manhã, formou-se uma camada de orvalho ao redor do acampamento. 14Quando se evaporou o orvalho que caíra, apareceu na superfície do deserto uma coisa miúda, em forma de grãos, fina como a geada sobre a terra. 15Vendo aquilo, os filhos de Israel disseram entre si: “Que é isto?” Porque não sabiam o que era. Moisés respondeu-lhes: “Isto é o pão que o Senhor vos deu como alimento”.
Tudo aquilo que ouvimos e aprendemos,* e transmitiram para nós os nossos pais, 4não haveremos de ocultar a nossos filhos, † mas à nova geração nós contaremos:* As grandezas do Senhor e seu poder. 23Ordenou, então, às nuvens lá dos céus,* e as comportas das alturas fez abrir; 24fez chover sobre eles o maná e alimentou-os,* e lhes deu para comer o pão do céu. 25O homem se nutriu do pão dos anjos,* e mandou-lhes alimento em abundância; 54Conduziu-os para a Terra Prometida,* para o Monte que seu braço conquistou.
Irmãos: 17Eis pois o que eu digo e atesto no Senhor: não continueis a viver como vivem os pagãos, cuja inteligência os leva para o nada. 20Quanto a vós, não é assim que aprendestes de Cristo, 21se ao menos foi bem ele que ouvistes falar, e se é ele que vos foi ensinado, em conformidade com a verdade que está em Jesus. 22Renunciando à vossa existência passada, despojai-vos do homem velho, que se corrompe sob o efeito das paixões enganadoras, 23e renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade. 24Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade.
Naquele tempo, 24quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum. 25Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?’ 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”. 28Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”. 30Eles perguntaram: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes? 31Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: ‘Pão do céu deu-lhes a comer'”. 32Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. 34Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. 35Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra deste Domingo nos oferece um fabuloso testemunho de fé, dizendo que a Palavra de Deus é o verdadeiro pão do Céu, que nos foi dado para sustentar-nos no caminho de vida e de salvação. Ou seja, a Liturgia da Palavra nos atesta e nos garante que a Palavra de Deus, transmitida por Moisés e pelos profetas no Antigo Testamente, é tão verdadeiramente o Pão do Céu, quanto o Evangelho de Jesus Cristo, transmitido pelos Apóstolos, no Novo Testamento.
Lá no Antigo Testamento, quando o Povo de Israel ainda estava no deserto, Deus os alimentou com um pão que ele fez descer dos céus, de forma miraculosa. Servindo-lhes, assim, como um testemunho de fé, para que todos soubessem que Deus estava providenciando-lhes o seu sustento. Assim sendo, naquele tempo, “o Senhor disse a Moisés: ‘Eis que farei chover para vós o pão do céu. O povo sairá diariamente e só recolherá a porção de cada dia a fim de que eu o ponha à prova, para ver se anda ou não na minha lei. Eu ouvi as murmurações dos filhos de Israel. Dize-lhes, pois: ‘Ao anoitecer, comereis carne, e pela manhã vos fartareis de pão. Assim sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus'” (Ex 16, 4; 12).
Depois que Deus deixou de enviar o maná para alimentar o Povo de Israel, ele continuou alimentando-o com um alimento espiritual, que consistia na sua Palavra. Por isso, os israelitas passaram a acreditar que o verdadeiro pão do céu já não era mais o maná, mas era a Palavra de Deus. Pois ela seria aquele verdadeiro alimento celestial que os sustentava nesta vida, para alcançar a Terra Prometida e o Monte santo! Diante desta nova compreensão, Davi recordava aqueles eventos miraculosos do deserto, dizendo: “Tudo aquilo que ouvimos e aprendemos, e transmitiram para nós os nossos pais, não haveremos de ocultar a nossos filhos, mas à nova geração nós contaremos: As grandezas do Senhor e seu poder. Ordenou, então, às nuvens lá dos céus, e as comportas das alturas fez abrir; fez chover sobre eles o maná e alimentou-os, e lhes deu para comer o pão do céu. O homem se nutriu do pão dos anjos, e mandou-lhes alimento em abundância; Conduziu-os para a Terra Prometida, para o Monte que seu braço conquistou” (Sl 77, 3-4;23-25; 54).
No Evangelho que nós ouvimos, Jesus Cristo – a encarnação humana da Palavra de Deus – estava diante dos seus discípulos e de uma grande multidão de judeus. Todos eles tinha acabado de assistir, no dia anterior, um dos mais espetaculares milagre de Jesus, que foi a multiplicação dos pães. Agora, neste momento, Jesus iria tentar convence-los de que ele era, pessoalmente, o verdadeiro pão do céu enviado por Deus. E que aqueles pães que foram multiplicados no dia anterior – e o maná que fora dado por Deus no deserto – eram apenas sinais que apontavam para ele, Jesus Cristo, o verdadeiro pão que desceu dos céus. Por isso, Jesus lhes disse: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede” (Jo 6, 32-35).
São Paulo, por sua vez, na sua Carta aos Efésios, explicou melhor este mistério de Cristo, dizendo-lhes que Jesus era a Palavra de Deus que foi dada ao mundo, como o verdadeiro pão do céu, para instrui-los e orientá-los no reto caminho de vida e de salvação. Por isso, Paulo disse: “Irmãos: Eis pois o que eu digo e atesto no Senhor: não continueis a viver como vivem os pagãos, cuja inteligência os leva para o nada. Quanto a vós, não é assim que aprendestes de Cristo, se ao menos foi bem ele que ouvistes falar, e se é ele que vos foi ensinado, em conformidade com a verdade que está em Jesus. Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4, 17; 20-21; 24).
WhatsApp us