O Senhor Deus formou o homem do pó da terra, soprou-lhe nas narinas o sopro da vida e o homem tornou-se um ser vivente. 8Depois, o Senhor Deus plantou um jardim em Éden, ao oriente, e ali pôs o homem que havia formado. 9E o Senhor Deus fez brotar da terra toda sorte de árvores de aspecto atraente e de fruto saboroso ao paladar, a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal. 3,1A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha feito. Ela disse à mulher: “É verdade que Deus vos disse: ‘Não comereis de nenhuma das árvores do jardim?’ ” 2E a mulher respondeu à serpente: “Do fruto das árvores do jardim, nós podemos comer. 3Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus nos disse: ‘Não comais dele nem sequer o toqueis, do contrário, morrereis.’ ” 4A serpente disse à mulher: “Não, vós não morrereis. 5Mas Deus sabe que no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e vós sereis como Deus conhecendo o bem e o mal”. 6A mulher viu que seria bom comer da árvore, pois era atraente para os olhos e desejável para se alcançar conhecimento. E colheu um fruto, comeu e deu também ao marido, que estava com ela, e ele comeu. 7Então, os olhos dos dois se abriram; e, vendo que estavam nus, teceram tangas para si com folhas de figueira.
Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! * Na imensidão de vosso amor, purificai-me! 4Lavai-me todo inteiro do pecado, * e apagai completamente a minha culpa! 5Eu reconheço toda a minha iniquidade,* o meu pecado está sempre à minha frente. 6Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei,* e pratiquei o que é mau aos vossos olhos! 12Criai em mim um coração que seja puro,* dai-me de novo um espírito decidido. 13Ó Senhor, não me afasteis de vossa face,*
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito! 14Dai-me de novo a alegria de ser salvo* e confirmai-me com espírito generoso! 17Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar,* e minha boca anunciará vosso louvor!
Irmãos: 12Consideremos o seguinte: O pecado entrou no mundo por um só homem. Através do pecado, entrou a morte. E a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram. 13Na realidade, antes de ser dada a Lei, já havia pecado no mundo. Mas o pecado não pode ser imputado, quando não há lei. 14No entanto, a morte reinou, desde Adão até Moisés, mesmo sobre os que não pecaram como Adão, – o qual era a figura provisória daquele que devia vir -. 15Mas isso não quer dizer que o dom da graça de Deus seja comparável à falta de Adão! A transgressão de um só levou a multidão humana à morte, mas foi de modo bem mais superior que a graça de Deus, ou seja, o dom gratuito concedido através de um só homem, Jesus Cristo, se derramou em abundância sobre todos. 16Também, o dom é muito mais eficaz do que o pecado de um só. Pois a partir de um só pecado o julgamento resultou em condenação, mas o dom da graça frutifica em justificação, a partir de inúmeras faltas. 17Por um só homem, pela falta de um só homem, a morte começou a reinar. Muito mais reinarão na vida, pela mediação de um só, Jesus Cristo, os que recebem o dom gratuito e superabundante da justiça. 18Como a falta de um só acarretou condenação para todos os homens, assim o ato de justiça de um só trouxe, para todos os homens, a justificação que dá a vida. Com efeito, como pela desobediência de um só homem a humanidade toda foi estabelecida numa situação de pecado, assim também, pela obediência de um só, toda a humanidade passará para uma situação de justiça.
Naquele tempo, 1o Espírito conduziu Jesus ao deserto, para ser tentado pelo diabo. 2Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, e, depois disso, teve fome. 3Então, o tentador aproximou-se e disse a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!”. 4Mas Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus'”. 5Então o diabo levou Jesus à Cidade Santa, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo, 6e lhe disse: “Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo! Porque está escrito: ‘Deus dará ordens aos seus anjos a teu respeito, e eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra'”. 7Jesus lhe respondeu: “Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus!'” 8Novamente, o diabo levou Jesus para um monte muito alto. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua glória, 9e lhe disse: “Eu te darei tudo isso, se te ajoelhares diante de mim, para me adorar”. 10Jesus lhe disse: “Vai-te embora, Satanás, porque está escrito: ‘Adorarás ao Senhor teu Deus e somente a ele prestarás culto'”. 11Então o diabo o deixou. E os anjos se aproximaram e serviram a Jesus.
Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo! A Liturgia da Palavra deste 1º Domingo da Quaresma, sobretudo o Evangelho, nos apontam para os motivos principais deste tempo litúrgico e para o espírito cristão da Quaresma. Pois, o tempo litúrgico da quaresma quer ser um retorno aos primeiros tempos da nossa vida cristã, logo após o momento de nossa conversão e do nosso batismo! Queremos ouvir, de novo, aquele apelo de Cristo: “Fazei penitência, pois o Reino dos céus está próximo” (Mt 4, 17).
Jesus Cristo, nosso Senhor, instituiu a Quaresma como tempo litúrgico para a sua Igreja, no momento em que ele se retirou para o deserto, e ali ficou por quarenta dias em penitência. Ele foi à nossa frente neste caminho, neste local retirado, e neste tempo penitencial. Ele, naquele local isolado e de silêncio, longe das distrações mundanas, pode mais facilmente olhar para as realidades espirituais. Desta forma ele pode dedicar-se à meditação e preparar-se para sua vida pública e para a sua missão. Pôde, assim, sem ser distraído pelos rumores e pelas confusões do mundo, para se concentrar no único necessário. Ali, sozinho, longe dos olhos dos homens, pôde elevar a sua mente, o seu coração, em toda a sua humanidade e a sua divindade, para o seu Pai Amado, na luz do Espírito Santo.
Ali, ao relento, despojado de todo conforto humano, sentiu em seu ser todas as angústias, os sofrimentos, as aflições e agonias causadas por um ambiente tão áspero e selvagem. Foi um momento em que Jesus, indo à nossa frente, assumiu plenamente a sua condição humana, em todas as suas fragilidades, necessidades e vulnerabilidades. Ele deu o exemplo aos seus discípulos e a todos nós, de que devemos exercitar o nosso corpo na renúncia, na mortificação, no jejum e na disciplina. “Pois, nos dias de sua vida mortal, dirigiu preces e súplicas, entre clamores e lágrimas, àquele que poderia salvá-lo da morte, e foi atendido pela sua piedade. Embora fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência por meio de seus sofrimentos” (Hb 5, 7-8).
Assim, desta forma, Jesus aproveitou para fazer do deserto a sua arena de luta com o diabo. Antes de enfrentar os homens iníquos, ele quis enfrentar o espírito Maligno, o iníquo por excelência, o Príncipe de todo mal, o Diabo, o inimigo de Deus e de toda a humanidade! Enfrentando o Maligno ele estava enfrentado aquele que levou Adão e Eva a pecar, pois, “o pecado entrou no mundo por um só homem (Adão). E através do pecado, entrou a morte. E assim, a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram” (Cfr Gn 3, 1-7; Rm 5, 12). Ali, no deserto, longe dos olhos dos homens, neste tempo de sua quaresma, Jesus Cristo fez por nós tudo aquilo que somente ele podia fazer: combater o Maligno, o Diabo, o Príncipe deste mundo. Cumprindo a sua missão, antes de se dirigir aos homens, “o Espírito conduziu Jesus ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, e, depois disso, teve fome. Então, o tentador aproximou-se e disse a Jesus: ‘Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães’! Mas Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus'” (Mt 4, 1-4).
E assim, em meio a este combate e luta, entre estas duas potestades, Jesus Cristo nos deu o exemplo de como nós também devemos nos colocar ao seu lado para reconhecer este nosso inimigo comum, repelindo-o em suas maquinações malignas e astuciosas. Ele nos ensina como combater e rejeitar o Diabo nas suas tentações pecaminosas. Desta forma, uma vez fortalecido pelo Espírito Santo e pelo seu próprio poder divino, Jesus Cristo combateu o mal e o pecado, dando um golpe mortal no Maligno, o Iníquo Tentador e Príncipe das Trevas.
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