O Senhor respondeu a Jó, do meio da tempestade, e disse: 8“Quem fechou o mar com portas, quando ele jorrou com ímpeto do seio materno, 9quando eu lhe dava nuvens por vestes e névoas espessas por faixas; 10quando marquei seus limites e coloquei portas e trancas, 11e disse: ‘Até aqui chegarás, e não além; aqui cessa a arrogância de tuas ondas?'”
Os que sulcam o alto-mar com seus navios, * para ir comerciar nas grandes águas, 24testemunharam os prodígios do Senhor * e as suas maravilhas no alto-mar. 25Ele ordenou, e levantou-se o furacão, * arremessando grandes ondas para o alto; 26aos céus subiam e desciam aos abismos, * seus corações desfaleciam de pavor. 28Mas gritaram ao Senhor na aflição, * e ele os libertou daquela angústia. 29Transformou a tempestade em bonança, * e as ondas do oceano se calaram. 30Alegraram-se ao ver o mar tranquilo, * e ao porto desejado os conduziu. 31Agradeçam ao Senhor por seu amor * e por suas maravilhas entre os homens!
Irmãos: 14O amor de Cristo nos pressiona, pois julgamos que um só morreu por todos, e que, logo, todos morreram. 15De fato, Cristo morreu por todos, para que os vivos não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. 16Assim, doravante, não conhecemos ninguém conforme a natureza humana. E, se uma vez conhecemos Cristo segundo a carne, agora já não o conhecemos assim. 17Portanto, se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo.
Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem!” 36Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava, na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. 38Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” 39Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O ventou cessou e houve uma grande calmaria. 40Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” 41Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?”
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra de hoje nos dá um grande testemunho de fé em Deus, o Todo-poderoso e Criador de todas as coisas. Ele é o único que tem um domínio sobre todas as suas criaturas, com um poder onipotente! Com a finalidade de despertar em nós esta fé inabalável em Deus, em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, todas as leituras da celebração deste domingo pretendem mostrar alguns aspectos deste poder onipotente de Deus sobre todas as criaturas.
Por isso, quando Deus quis mostrar aos homens o seu poder onipotente, ele tomou como testemunho o seu poder de controlar a imensidão das águas dos mares, e de acalmar as suas ondas agitadas pelo vento. Por esse motivo, quando Deus tomou a palavra para explicar a Jó que ele estava na origem de todas as coisas criadas, como o seu Criador. Deste modo, ele quis mostrar-lhe o seu domínio sobre os mares, por mais potentes que eles fossem. “E o Senhor, então, respondeu a Jó, do meio da tempestade, e disse: “Quem fechou o mar com portas, quando ele jorrou com ímpeto do seio materno, quando eu lhe dava nuvens por vestes e névoas espessas por faixas; quando marquei seus limites e coloquei portas e trancas, e disse: ‘Até aqui chegarás, e não além; aqui cessa a arrogância de tuas ondas” (Jó 38,1.8-11)?
O profeta, através do Salmo 106, quis dar o seu testemunho do quanto é eficaz a fé daquele fiel que teme a Deus, e que clama ao Senhor para livrá-lo dos perigos de um mar revolto, em meio às ondas agitadas. Por isso, ele disse: “Os que sulcam o alto-mar com seus navios, testemunharam os prodígios do Senhor e as suas maravilhas no alto-mar. Ele ordenou, e levantou-se o furacão, arremessando grandes ondas para o alto. Mas gritaram ao Senhor na aflição, e ele os libertou daquela angústia. Transformou a tempestade em bonança” (Sl 106, 23-25; 28-29).
No Evangelho que acabamos de ouvir, Jesus Cristo serviu-se do mar agitado, com suas ondas fortes que ameaçavam afundar a barca, para demonstrar aos seus discípulos os seus poderes divinos sobre os elementos da natureza. Assim sendo, “enquanto os apóstolos navegavam em alto mar, foram surpreendidos por uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O ventou cessou e houve uma grande calmaria. Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé” (Mc 4,37-40)?
Jesus repreendeu os discípulos pela sua falta de fé, em não acreditarem nos seus poderes divinos. Pois, deixando-se levar pelo pavor da morte, eles não acreditaram que Jesus os pudesse salvar daquele perigo. Por isso, naquele momento de angústia diante dos perigos de um mar agitado, Jesus aproveitou-se desta circunstância para mostrar-lhes que ele era o Senhor onipotente e o Salvador. E assim, servindo-se de seus poderes divinos de controlar os elementos da natureza, Jesus demonstrava aos apóstolos que ele tinha o poder divino de salvá-los de qualquer perigo, sobretudo do perigo da morte.
Da mesma forma, Jesus Cristo iria demonstrar o seu poder salvador na sua morte, conforme as palavras de São Paulo, que disse: “De fato, Cristo morreu por todos, para que os vivos não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. Portanto, se alguém está em Cristo, é uma criatura nova” (2Cor 5, 15-17).
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