O rancor e a raiva são coisas detestáveis; até o pecador procura dominá-las. 28,1Quem se vingar encontrará a vingança do Senhor, que pedirá severas contas dos seus pecados. 2 Perdoa a injustiça cometida por teu próximo: assim, quando orares, teus pecados serão perdoados. 3Se alguém guarda raiva contra o outro, como poderá pedir a Deus a cura? 4Se não tem compaixão do seu semelhante, como poderá pedir perdão dos seus pecados? 5Se ele, que é um mortal, guarda rancor, quem é que vai alcançar perdão para os seus pecados? 6Lembra-te do teu fim e deixa de odiar; 7pensa na destruição e na morte, e persevera nos mandamentos. 8Pensa nos mandamentos, e não guardes rancor ao teu próximo. 9Pensa na aliança do Altíssimo, e não leves em conta a falta alheia!
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, * e todo o meu ser, seu santo nome! 2Bendize, ó minha alma, ao Senhor, * não te esqueças de nenhum de seus favores! 3Pois ele te perdoa toda culpa, * e cura toda a tua enfermidade; 4da sepultura ele salva a tua vida * e te cerca de carinho e compaixão. 9Não fica sempre repetindo as suas queixas, * nem guarda eternamente o seu rancor. 10Não nos trata como exigem nossas faltas, * nem nos pune em proporção às nossas culpas. 11Quanto os céus por sobre a terra se elevam, * tanto é grande o seu amor aos que o temem; 12quanto dista o nascente do poente, * tanto afasta para longe nossos crimes.
Irmãos: 7Ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. 8Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. 9Cristo morreu e ressuscitou exatamente para isto: para ser o Senhor dos mortos e dos vivos.
Naquele tempo, 21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” 22Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, levaram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caíu aos pés do patrão e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo! e eu te pagarei tudo!’ 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’. 29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei!’ 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’ 34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”.
Caríssimos irmãos e irmãs, em Cristo nosso Senhor! A Liturgia da Palavra deste domingo nos leva a uma reflexão muito profunda sobre o perdão dos pecados de quem pecou contra nós, e sobre a enorme responsabilidade que temos pela nossa própria salvação. Diante disso, poderíamos dizer ainda, que as leituras que nós ouvimos, nos alertam dizendo que a nossa salvação eterna está estreitamente ligada ao perdão que nós dermos a quem nos ofender.
Jesus, no Evangelho, mostrou que ele era bem rigoroso neste assunto. Inclusive ele sabia muito bem que estava tocando num assunto bem delicado, que mexia profundamente com os brios e com a dignidade das pessoas! Por isso, quando Jesus foi questionado por Pedro, se este tipo de perdão deveria ter um limite, Jesus lhe respondeu que a nossa paciência deveria ser de tal modo indulgente com estas pessoas, que este perdão deveria ser ilimitado. Dizendo ainda que esta era uma norma que Deus Pai havia imposto a todos que quisessem entrar no Reino dos Céus. Pois, quem quiser que Deus Pai, em sua misericórdia infinita, tenha compaixão dele e perdoe os seus próprios pecados, esteja, por sua vez, disposto a ter compaixão da mesma forma, e perdoe, sinceramente, a quem lhe ofendeu (Cfr. Mt 18, 21-.31). Esta, inclusive, é a norma que está inserida na oração do “Pai Nosso”. E, todo aquele que, eventualmente, não quiser perdoar aquele que o ofendeu, Deus não lhe perdoará os seus pecados; podendo, inclusive, ser excluído da salvação eterna (Cfr. Mt 18, 32-35).
O sábio Salomão, no livro do Eclesiástico, além de confirmar as sábias palavras de Cristo, ele nos trouxe outros bons argumentos para que nos afastemos da vingança e do rancor e pratiquemos o perdão a quem nos ofender, dizendo: “O rancor e a raiva são coisas detestáveis; até o pecador procura dominá-las. Quem se vingar encontrará a vingança do Senhor, que pedirá severas contas dos seus pecados. Perdoa a injustiça cometida por teu próximo: assim, quando orares, teus pecados serão perdoados. Se alguém guarda raiva contra o outro, como poderá pedir a Deus a cura? Se não tem compaixão do seu semelhante, como poderá pedir perdão dos seus pecados? Se ele, que é um mortal, guarda rancor, quem é que vai alcançar perdão para os seus pecados? Lembra-te do teu fim e deixa de odiar; pensa na destruição e na morte, e persevera nos mandamentos. Pensa nos mandamentos, e não guardes rancor ao teu próximo. Pensa na aliança do Altíssimo, e não leves em conta a falta alheia” (Eclo 27, 33-28,9)!
Por isso, o Espírito Santo ao nos exortar a perdoar os pecados de nossos irmãos que nos ofenderam, ele nos adverte dizendo que nós também somos necessitados do perdão divino dos nossos próprios pecados. Por isso, se nós tivermos compaixão de nossos irmãos, Deus estará sempre disposto a nos perdoar, conforme as palavras do Espírito Santo que disse: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor! Pois ele te perdoa toda culpa, e cura toda a tua enfermidade; da sepultura ele salva a tua vida e te cerca de carinho e compaixão. Não fica sempre repetindo as suas queixas, nem guarda eternamente o seu rancor. Não nos trata como exigem nossas faltas, nem nos pune em proporção às nossas culpas” (Sl 102, 2-4; 9-10).
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