Assim diz o Senhor Deus: “Eu mesmo tirarei um galho da copa do cedro, do mais alto de seus ramos arrancarei um broto e o plantarei sobre um monte alto e elevado. 23Vou plantá-lo sobre o alto monte de Israel. Ele produzirá folhagem, dará frutos e se tornará um cedro majestoso. Debaixo dele pousarão todos os pássaros, à sombra de sua ramagem as aves farão ninhos. 24E todas as árvores do campo saberão que eu sou o Senhor, que abaixo a árvore alta e elevo a árvore baixa; faço secar a árvore verde e brotar a árvore seca. Eu, o Senhor, digo e faço”.
Como é bom agradecermos ao Senhor * e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo! 3Anunciar pela manhã vossa bondade,* e o vosso amor fiel, a noite inteira. 13O justo crescerá como a palmeira,* florirá igual ao cedro que há no Líbano; 14na casa do Senhor estão plantados,* nos átrios de meu Deus florescerão. 15Mesmo no tempo da velhice darão frutos, * cheios de seiva e de folhas verdejantes; 16e dirão: “É justo mesmo o Senhor Deus: * meu Rochedo, não existe nele o mal!”
Irmãos: 6Estamos sempre cheios de confiança e bem lembrados de que, enquanto moramos no corpo, somos peregrinos longe do Senhor; 7pois caminhamos na fé e não na visão clara. 8Mas estamos cheios de confiança e preferimos deixar a moradia do nosso corpo, para ir morar junto do Senhor. 9Por isso, também nos empenhamos em ser agradáveis a ele, quer estejamos no corpo, quer já tenhamos deixado essa morada. 10Aliás, todos nós temos de comparecer às claras perante o tribunal de Cristo, para cada um receber a devida recompensa — prêmio ou castigo — do que tiver feito ao longo de sua vida corporal.
Naquele tempo, 26Jesus disse à multidão: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. 27Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. 28A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. 29Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou”. 30E Jesus continuou: “Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? 31O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. 32Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”. 33Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. 34E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra deste Domingo nos revela o modo como o Reino de Deus foi sendo implantado aqui neste mundo. Porém, como disse São Paulo, todos os que fazem parte deste Reino aqui neste mundo estão peregrinando para o Reino dos Céus. E, pelo fato de o Reino de Deus ser uma realidade espiritual e invisível, Jesus e os profetas se serviram do recurso de linguagem das parábolas e das metáforas para explicar os mistérios do Reino de Deus.
Por isso, São Marcos dizia em seu Evangelho: “Desta forma, Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo” (Mc 4, 33-34). Assim sendo, caros irmãos, conforme uma antiga interpretação feita pelo bispo São Cromácio de Aquileia (Séc. V) sobre as parábolas das sementes, nós devemos entender que a semente de mostarda ou a semente de trigo, significavam o próprio Jesus Cristo e o seu Evangelho, que, uma vez anunciado neste mundo, seria semelhante à semente lançada na terra. Assim como disse Jesus: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou” (M 4, 26-29).
Assim como Jesus Cristo significava a semente, a Igreja deveria significar a planta que desabrochou daquela semente. Conforme o significado das parábolas de Jesus, a Igreja de Cristo, que iria se espalhar pelo mundo afora com a pregação dos Apóstolos, haveria de florescer e desabrochar em todo o lugar onde a Palavra de Cristo fosse disseminada. Desta forma, se pode entender facilmente que o Reino de Deus se manifestaria na Igreja, como aquela árvore frondosa, mesmo sendo um humilde pé de mostarda, como disse Jesus: “O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra” (Mc 4, 31-32).
O Profeta Ezequiel também utilizou-se de parábolas para explicar os mistérios do Reino de Deus. A Igreja, o novo Povo de Deus, seria aquela árvore frondosa plantada no meio da cidade de Deus, como disse o profeta: “Vou plantá-lo sobre o alto monte de Israel. Ele produzirá folhagem, dará frutos e se tornará um cedro majestoso. Debaixo dele pousarão todos os pássaros, à sombra de sua ramagem as aves farão ninhos. E todas as árvores do campo saberão que eu sou o Senhor” (Ez 17, 23-24). Ou ainda, esta árvore seria o justo, o discípulo de Cristo, que se tornaria uma frondosa árvore na casa do Senhor, como disse o profeta: “O justo crescerá como a palmeira, florirá igual ao cedro que há no Líbano; na casa do Senhor estão plantados, nos átrios de meu Deus florescerão” (Sl 91, 13-14).
São Paulo nos exortou, em sua Carta aos Corintos, a perseverarmos nesta Igreja de Cristo, sabendo que estamos peregrinando neste mundo, rumo ao Reino dos Céus. Por isso, ele disse: “Estamos sempre cheios de confiança e bem lembrados de que, enquanto moramos no corpo, somos peregrinos longe do Senhor; pois caminhamos na fé e não na visão clara. Mas estamos cheios de confiança e preferimos deixar a moradia do nosso corpo, para ir morar junto do Senhor” (2Cor 5, 6-8).
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