Isto diz o Senhor: 10“Assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, 11assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la”.
Visitais a nossa terra com as chuvas,* e transborda de fartura. Rios de Deus que vêm do céu derramam águas,* e preparais o nosso trigo. 11É assim que preparais a nossa terra:* vós a regais e aplainais, os seus sulcos com a chuva amoleceis* e abençoais as sementeiras. 12O ano todo coroais com vossos dons,* os vossos passos são fecundos; transborda a fartura onde passais,* 13brotam pastos no deserto. 14As colinas se enfeitam de alegria,* e os campos, de rebanhos; nossos vales se revestem de trigais:* tudo canta de alegria!
Irmãos: 18Eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós. 19De fato, toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus. 20Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua livre vontade, mas por sua dependência daquele que a sujeitou; 21também ela espera ser libertada da escravidão da corrupção e, assim, participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus. 22Com efeito, sabemos que toda a criação, até ao tempo presente, está gemendo como que em dores de parto. 23E não somente ela, mas nós também, que temos os primeiros frutos do Espírito, estamos interiormente gemendo, aguardando a adoção filial e a libertação para o nosso corpo.
Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galileia. 2Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. 3E disse-lhes muitas coisas em parábolas: “O semeador saiu para semear. 4Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. 5Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. 6Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz. 7Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. 8Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. 9Quem tem ouvidos, ouça!” 10Os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus: “Por que tu falas ao povo em parábolas?” 11Jesus respondeu: “Porque a vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado. 12Pois à pessoa que tem, será dado ainda mais, e terá em abundância; mas à pessoa que não tem, será tirado até o pouco que tem. 13É por isso que eu lhes falo em parábolas: porque olhando, eles não veem, e ouvindo, eles não escutam, nem compreendem. 14Desse modo se cumpre neles a profecia de Isaías: ‘Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. 15Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure’. 16Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. 17Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram. 18Ouvi, portanto, a parábola do semeador: 19Todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. 20A semente que caiu em terreno pedregoso é aquele que ouve a palavra e logo a recebe com alegria; 21mas ele não tem raiz em si mesmo, é de momento: quando chega o sofrimento ou a perseguição, por causa da palavra, ele desiste logo. 22A semente que caiu no meio dos espinhos é aquele que ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a palavra, e ele não dá fruto. 23 A semente que caiu em boa terra é aquele que ouve a palavra e a compreende. Esse produz fruto. Um dá cem, outro sessenta e outro trinta”.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra deste domingo faz uma verdadeira catequese sobre o valor e a eficácia da Palavra de Deus em nossa vida. Tanto Jesus no Evangelho quanto o profeta Isaías fizeram uso de comparações e parábolas obtidas da vida do campo e da agricultura para designar as realidades espirituais produzidas pela Palavra de Deus em nossas vidas. Por um lado, a utilização deste estilo de linguagem, servindo-se do recurso da parábola, torna o discurso do pregador da Palavra de Deus extremamente simples e acessível. Desta forma, os mistérios divinos mais complexos se tornam facilmente compreensíveis. Assim, as pessoas que ouvem aquela parábola – falando a respeito de coisas visíveis e concretas – serão levadas a fazer um esforço de raciocínio, para compreender as coisas invisíveis e espirituais, que o pregador tinha a intensão de ensinar.
Jesus, por sua vez, utilizava frequentemente este recurso de linguagem em sua pregação. Porém, ele mesmo disse que esta forma de pregação tem as suas vantagens e as suas desvantagens. Tudo depende das disposições das pessoas que ouvem a pregação, em forma de parábolas. Pois, todo aquele que ouve a pregação da Palavra de Deus com boa disposição e boa-vontade, acolhe a palavra com muita atenção e se empenha em acompanhar o raciocínio do pregador, compreendendo tudo aquilo que lhe é dito; e desta forma ele é instruído nos mistérios do Reino, e produz, dentro de si, frutos de conversão. Para estes, como disse o profeta Isaías, “a palavra que sair de minha boca não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la” (Is 55, 11). Ou como disse Jesus: “Quem tem ouvidos, ouça!” (Mt 13, 9); exortando, assim, a todas as pessoas a prestarem atenção nas suas palavras, com sincera intenção e boa disposição de espírito.
Ele, então, voltando-se aos seus discípulos, os apresentou como exemplo de bons ouvintes da Palavra, dizendo-lhes: “Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram” (Mt 13, 16-17). Aos discípulos que ouvem atentamente a parábola, lhes é dada também a explicação de sua mensagem. Por isso, eles são semelhantes “ás sementes que caíram em terra boa, pois eles ouvem a palavra e a compreendem. Assim, esses produzem frutos. Um dá cem, outro sessenta e outro trinta” (Cfr. Mt 13, 23).
E Jesus conclui dizendo que, bem outra é a condição e o destino daqueles que ouvem com má disposição a Palavra de Deus, pois estes não conseguem compreender o conteúdo da Palavra de Deus que está por trás da parábola. Por isso Jesus disse: “É por isso que eu lhes falo em parábolas: porque olhando, eles não veem, e ouvindo, eles não escutam, nem compreendem. Desse modo se cumpre neles a profecia de Isaías: ‘Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure'” (Mt 13, 13-15).
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