O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. 6Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba: não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. 7Mas, o Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado. 8A meu lado está quem me justifica; alguém me fará objeções? Vejamos. Quem é meu adversário? Aproxime-se. 9Sim, o Senhor Deus é meu Auxiliador; quem é que me vai condenar?
Eu amo o Senhor, porque ouve * o grito da minha oração. 2Inclinou para mim seu ouvido, * no dia em que eu o invoquei. 3Prendiam-me as cordas da morte, † apertavam-me os laços do abismo; * invadiam-me angústia e tristeza: 4eu então invoquei o Senhor * “Salvai, ó Senhor, minha vida!” 5O Senhor é justiça e bondade, * nosso Deus é amor-compaixão. 6É o Senhor quem defende os humildes: * eu estava oprimido, e salvou-me. 8Libertou minha vida da morte, † enxugou de meus olhos o pranto * e livrou os meus pés do tropeço. 9Andarei na presença de Deus, * junto a ele na terra dos vivos.
Meus irmãos: que adianta alguém dizer que tem fé, quando não a põe em prática? A fé seria então capaz de salvá-lo? 15Imaginai que um irmão ou uma irmã não têm o que vestir e que lhes falta a comida de cada dia; 16se então alguém de vós lhes disser: “Ide em paz, aquecei-vos”, e: “Comei à vontade”, sem lhes dar o necessário para o corpo, que adiantará isso? 17Assim também a fé: se não se traduz em obras, por si só está morta. 18Em compensação, alguém poderá dizer: “Tu tens a fé e eu tenho a prática!” Tu, mostra-me a tua fé sem as obras, que eu te mostrarei a minha fé pelas obras!
Naquele tempo, 27Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesareia de Filipe. No caminho perguntou aos discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” 28Eles responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas”. 29Então ele perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Messias”. 30Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a seu respeito. 31Em seguida, começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei; devia ser morto, e ressuscitar depois de três dias. 32Ele dizia isso abertamente. Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo. 33Jesus voltou-se, olhou para os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: “Vai para longe de mim, Satanás! Tu não pensas como Deus, e sim como os homens”. 34Então chamou a multidão com seus discípulos e disse: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 35Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la”.
Caríssimos irmãos e irmãs! As leituras da Liturgia da Palavra deste Domingo, cada uma ao seu modo, tem o propósito de nos levar a crer firmemente em Cristo Senhor, o Crucificado, como o nosso Salvador! Pois, foi o próprio Jesus quem nos ensinou esta doutrina de fé, que a salvação que ele veio nos oferecer necessariamente passaria pela sua paixão e morte de Cruz.
O profeta Isaías, contemplando misticamente Jesus Cristo na sua paixão, revelou-nos o que se passava na mente de Jesus, enquanto ele estava sendo atormentado e maltratado cruelmente pelos seus algozes. O profeta mostrou-nos que Jesus suportou tudo isto com muita fé e resiliência, colocando tudo nas mãos do Senhor, que o haveria de defender e salvar. Por isso, ele disse: “O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba: não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. Mas, o Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado. A meu lado está quem me justifica” (Is 50, 5-8).
Jesus Cristo, levando os apóstolos a um lugar à parte, pôs-se, então, a ensiná-los nos mistérios de sua paixão, morte e ressurreição. Era um assunto extremamente delicado e complexo. Por isso, antes de falar sobre os sofrimentos e as humilhações, Jesus se revelou na sua condição gloriosa e divina, ao fazer-lhes a seguinte pergunta: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Messias”. Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a seu respeito. Em seguida, começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei; devia ser morto, e ressuscitar depois de três dias” (Mc 8, 29-31).
Diante desta explicação profética sobre a sua paixão, morte e ressurreição, Jesus declarou que esta seria a forma como Deus Pai havia providenciado o caminho de salvação de toda a humanidade. Por isso, logo a seguir, Jesus fez aquelas duas afirmações muito práticas, dizendo aos seus discípulos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la” (Mc 8, 34-35).
São Tiago, em sua carta, nos disse que a fé cristã verdadeira – aquela que tem o poder de nos salvar – tem um aspecto teórico e um aspecto prático. E ele advertia dizendo que o bom cristão, que tivesse a intenção de se salvar, precisava ter estes dois aspectos da fé. O aspecto teórico consistia na profissão de fé em Deus, na oração e nos exercícios de piedade; já o aspecto prático da fé seriam as boas obras da caridade, o cumprimento dos mandamentos e saber suportar com paciência os sofrimentos e tribulações. Por isso ele disse: “Meus irmãos: que adianta alguém dizer que tem fé, quando não a põe em prática? A fé seria então capaz de salvá-lo? Assim também a fé: se não se traduz em obras, por si só está morta” (Tg 2, 14; 17). Portanto, a fé cristã precisa ter os elementos teóricos e práticos para que ela nos leve a salvação!
Enfim, o Salmista nos deu um belo testemunho de fé e de confiança em Deus. Pois, ele acreditava que o Senhor tinha o poder de o proteger diante dos perigos da vida e de lhe conceder a salvação eterna, diante da morte, dizendo: “Eu amo o Senhor, porque ouve o grito da minha oração. Inclinou para mim seu ouvido, no dia em que eu o invoquei. Prendiam-me as cordas da morte, apertavam-me os laços do abismo; invadiam-me angústia e tristeza: eu então invoquei o Senhor “Salvai, ó Senhor, minha vida!” Eu estava oprimido, e salvou-me” (Sl 114, 1-5).
WhatsApp us