Irmãos, 7escutai o que declara o Espírito Santo: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, 8não endureçais os vossos corações,
como aconteceu na provocação, no dia da tentação, no deserto, 9onde vossos pais me tentaram, colocando-me à prova, 10embora vissem as minhas obras, durante quarenta anos. Por isso me irritei com essa geração e afirmei: sempre se enganam no coração e desconhecem os meus caminhos. 11Assim jurei em minha ira: não entrarão no meu repouso”. 12Cuidai, irmãos, que não se ache em algum de vós um coração transviado pela incredulidade, levando-o a afastar-se do Deus vivo. 13Antes, animai-vos uns aos outros, dia após dia, enquanto ainda se disser “hoje”, para que nenhum de vós se endureça pela sedução do pecado 14pois tornamo-nos companheiros de Cristo, contanto que mantenhamos firme até ao fim a nossa confiança inicial.
Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, * e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! 7Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, † e nós somos o seu povo e seu rebanho, * as ovelhas que conduz com sua mão. 8Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: † “Não fecheis os corações como em Meriba, * 9como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, * apesar de terem visto as minhas obras. 10Quarenta anos desgostou-me aquela raça † e eu disse: Eis um povo transviado, * 11seu coração não conheceu os meus caminhos!’ E por isso lhes jurei na minha ira: *
Não entrarão no meu repouso prometido!”
Naquele tempo, 40um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: “Se queres tens o poder de curar-me”. 41Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero: fica curado!” 42No mesmo instante a lepra desapareceu e ele ficou curado. 43Então Jesus o mandou logo embora, 44falando com firmeza: “Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!” 45Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra de hoje quer despertar em nós uma fé autêntica e sincera. Pois somente a fé que nos converte para Cristo pode nos dar a salvação; desde que permaneçamos nesta fé até o fim de nossa vida.
É tradição antiquíssima na Igreja, desde os tempos apostólicos, atribuir os salmos, os livros sapienciais e os escritos proféticos como palavras pronunciadas por boca do Espírito Santo; assim como os Evangelhos do Novo Testamento seriam palavras pronunciadas por Jesus Cristo, nosso Senhor. Por isso, toda vez que os Apóstolos e os nosso santos Padres Apostólicos, ou os escritores e doutores antigos faziam referência aos escrito do Antigo Testamento, sobretudo aos Salmos, entendiam que estavam se referindo às palavras inspiradas pelo Espírito Santo.
Portanto, caros irmãos, era o Espírito Santo quem exortava à fé e à uma conversão autêntica e sincera a Deus, dizendo: “Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua mão. Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: “Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras” (Sl 94, 6-9).
Assim como, lá no deserto, o Espírito Santo falara através de Moisés, acompanhado de muitos sinais, também Jesus Cristo anunciava o seu Evangelho, acompanhado de sinais maravilhosos. Do mesmo modo como as palavras e sinais que foram dados pelo Espírito, naquele tempo lá no deserto, para a conversão do povo de Israel; agora, Jesus Cristo, ao anunciar o seu evangelho, acompanhado de sinais e prodígios, para obter a conversão e a salvação do novo Povo de Deus! certamente a reclamação do Espírito Santo foi a mesma de Jesus Cristo, ao encontrar tanta má disposição de conversão, do povo de Deus; tanto no tempo antigo, quanto nos tempos de Jesus, dizendo: “Irmãos, escutai o que declara o Espírito Santo: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações, como aconteceu na provocação, no dia da tentação, no deserto, onde vossos pais me tentaram, colocando-me à prova, embora vissem as minhas obras, durante quarenta anos. Por isso me irritei com essa geração e afirmei: sempre se enganam no coração e desconhecem os meus caminhos. Assim jurei em minha ira: não entrarão no meu repouso” (Hb 3, 7-11).
No Evangelho que ouvimos, Jesus voltou-se cheio de alegria e compaixão, em direção a um leproso que, pondo-se de joelhos, demonstrava-lhe uma fé surpreendente em seus poderes divinos, dizendo-lhe: “Se queres tens o poder de curar-me”. Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero: fica curado!” No mesmo instante a lepra desapareceu e ele ficou curado” Mc 1, 40-42). Por isso, apesar das resistências, as pessoas mais simples e humildes, maravilhadas com os milagres de Jesus, despertavam-se à fé em Cristo, vendo-o como um homem de Deus!
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