Vamos fazer o elogio dos homens famosos, nossos antepassados através das gerações. 10Estes, são homens de misericórdia; seus gestos de bondade não serão esquecidos. 11Eles permanecem com seus descendentes; seus próprios netos são a sua melhor herança. 12A descendência deles mantém-se fiel às alianças, 13e, graças a eles, também os seus filhos. Sua descendência permanece para sempre, e sua glória jamais se apagará. 14Seus corpos serão sepultados na paz e seu nome dura através das gerações. 15Os povos proclamarão a sua sabedoria, e a assembleia vai celebrar o seu louvor.
O Senhor fez a Davi um juramento, * uma promessa que jamais renegará: “Um herdeiro que é fruto do teu ventre * colocarei sobre o trono em teu lugar!” 13Pois o Senhor quis para si Jerusalém * e a desejou para que fosse sua morada: 14“Eis o lugar do meu repouso para sempre, * eu fico aqui: este é o lugar que preferi!” 17“De Davi farei brotar um forte Herdeiro, * acenderei ao meu Ungido uma lâmpada. 18Cobrirei de confusão seus inimigos, * mas sobre ele brilhará minha coroa!”
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 16“Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. 17Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram”.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra de hoje faz os louvores dos justos patriarcas, os antepassados de nosso Senhor Jesus Cristo. De modo todo especial estão sendo lembrados nesta celebração litúrgicas os honrados e beneméritos avós de Jesus Cristo, São Joaquim e Santa Ana, que foram os pais da Virgem Maria.
Nós, infelizmente, não encontramos em nenhum lugar da Sagrada Escritura do Novo Testamento alguma referência sobre os avós de Jesus Cristo, por parte de sua mãe. No entanto, a Tradição da Igreja, posteriormente se encarregou de preencher certas lacunas que a piedade popular exigia; trazendo algumas informações que, obviamente, deveriam ter acontecido. Assim, desde muito cedo atribuiu-se os nomes dos pais de Nossa Senhora de: Joaquim e Ana. Estes nomes apareceram pela primeira vez num evangelho apócrifo, chamado “Proto-Evangelho de Tiago”, escrito por um cristão anônimo, por volta do ano 150. Este evangelho não teve reconhecimento eclesiástico e nem foi incluído na Sagrada Escritura como livro canônico.
Entretanto, caros irmãos, este documento histórico do segundo século, não pode ser rejeitado por completo. Portanto, desde então, a Igreja passou a venerar os pais da Virgem Santíssima sob os nomes de São Joaquim e Santa Ana. A Igreja os reconheceu como sendo eles os últimos santos patriarcas que transmitiram à Virgem Maria os mais sublimes valores que eles herdaram dos antigos santos patriarcas.
O sábio autor do livro do Eclesiástico fez um belíssimo elogio à memória dos mais dignos e justos patriarcas de Israel; e que os seus descendentes não deixariam de lembrá-los com satisfação, dirigindo-lhes as seguintes palavras: “Vamos fazer o elogio dos homens famosos, nossos antepassados através das gerações. Estes, são homens de misericórdia; seus gestos de bondade não serão esquecidos. Seus corpos serão sepultados na paz e seu nome dura através das gerações. Os povos proclamarão a sua sabedoria, e a assembleia vai celebrar o seu louvor” (Eclo 44, 9-10; 14-15). E logo a seguir, ele dirigiu profeticamente algumas palavras aos digníssimos patriarcas e avós de Jesus Cristo, São Joaquim e Santa Ana, dizendo-lhes: “Pois eles permanecem com seus descendentes; seus próprios netos são a sua melhor herança. A descendência deles mantém-se fiel às alianças, e, graças a eles, também os seus filhos. A sua descendência permanece para sempre, e sua glória jamais se apagará” (Eclo 44, 11-13).
Estes santos patriarcas, São Joaquim e Santa Ana, por serem descendentes de Davi, e avós de Jesus Cristo, eles colaboraram para que as promessas feitas por Deus a Davi se cumprissem, conforme as palavras do profeta, que disse: “O Senhor fez a Davi um juramento, uma promessa que jamais renegará: “Um herdeiro que é fruto do teu ventre colocarei sobre o trono em teu lugar!” “De Davi farei brotar um forte Herdeiro, acenderei ao meu Ungido uma lâmpada” (Sl 131, 11; 13).
Por fim, caros irmãos, o próprio Jesus Cristo fez um autoelogio, sem perder a sua puríssima e santa humildade, dizendo a todos aqueles que estavam ali presentes, ouvindo as suas palavras, e vendo-o com os seus olhos, que eles eram as pessoas mais felizes e bem-aventurados entre todos os homens, pois: “Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram” (Mt 13, 16-17). Mesmo que São Joaquim e Santa Ana não estivessem ali presentes, naquele momento, eles, certamente, exultaram de alegria quando viram o seu neto e ouviram as suas palavras.
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