“Ai dos pastores que deixam perder-se e dispersar-se o rebanho de minha pastagem, diz o Senhor! 2Deste modo, isto diz o Senhor, Deus de Israel, aos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes o meu rebanho, e o afugentastes e não cuidastes dele; eis que irei verificar isso entre vós e castigar a malícia de vossas ações, diz o Senhor. 3E eu reunirei o resto de minhas ovelhas de todos os países para onde forem expulsas, e as farei voltar a seus campos, e elas se reproduzirão e multiplicarão. 4Suscitarei para elas novos pastores que as apascentem; não sofrerão mais o medo e a angústia, nenhuma delas se perderá, diz o Senhor. 5Eis que virão dias, diz o Senhor, em que farei nascer um descendente de Davi; reinará como rei e será sábio, fará valer a justiça e a retidão na terra. 6Naqueles dias, Judá será salvo e Israel viverá tranquilo; este é o nome com que o chamarão: ‘Senhor, nossa Justiça'”.
O Senhor é o pastor que me conduz;* não me falta coisa alguma. 2Pelos prados e campinas verdejantes* ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha,* 3e restaura as minhas forças. Ele me guia no caminho mais seguro,* pela honra do seu nome. 4Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,* nenhum mal eu temerei; estais comigo com bastão e com cajado;* eles me dão a segurança! 5Preparais à minha frente uma mesa,* bem à vista do inimigo, e com óleo vós ungis minha cabeça;* o meu cálice transborda. 6Felicidade e todo bem hão de seguir-me* por toda a minha vida; e na casa do Senhor, habitarei* pelos tempos infinitos.
Irmãos: 13Agora, em Jesus Cristo, vós que outrora estáveis longe, vos tornastes próximos, pelo sangue de Cristo. 14Ele, de fato, é a nossa paz: do que era dividido, ele fez uma unidade. Em sua carne ele destruiu o muro de separação: inimizade. 15Ele aboliu a Lei com seus mandamentos e decretos. Ele quis, assim, a partir do judeu e do pagão, criar em si um só homem novo, estabelecendo a paz. 16Quis reconciliá-los com Deus, ambos em um só corpo, por meio da cruz; assim ele destruiu em si mesmo a inimizade. 17Ele veio anunciar a paz a vós que estáveis longe, e a paz aos que estavam próximos. 18É graças a ele que uns e outros, em um só Espírito, temos acesso junto ao Pai.
Naquele tempo, 30os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado. 31Ele lhes disse: “Vinde sozinhos para um lugar deserto, e descansai um pouco”. Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo que não tinham tempo nem para comer. 32Então foram sozinhos, de barco, para um lugar deserto e afastado. 33Muitos os viram partir e reconheceram que eram eles. Saindo de todas as cidades, correram a pé, e chegaram lá antes deles. 34Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra deste Domingo nos leva a refletir sobre o Divino e Bom Pastor, o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. E, ao longo de todas as leituras que nós ouvimos, encontramos o Senhor exercendo o seu ministério pastoral de apascentar as suas ovelhas, auxiliado em todo tempo por aqueles pastores que ele mesmo escolheu para si.
Portanto, a Liturgia da Palavra pretende, neste caso, apresentar três pensamentos básicos sobre o ministério pastoral de Cristo e dos Apóstolos. Primeiro, o Senhor Jesus foi visto enviando os seus apóstolos-pastores a apascentarem as suas ovelhas; e logo a seguir os reúne em torno de si. A seguir, nós encontramos o Senhor Jesus, o Bom Pastor, congregando em torno de si os apóstolos-pastores para os alimentar e fortalecer no seu ministério pastoral. Finalmente, num terceiro momento nós encontramos Jesus Cristo exercendo pessoalmente todo o ministério pastoral na Igreja, como Senhor e Sumo Pastor de seu rebanho.
Assim sendo, nós vimos logo no início do Evangelho que acabamos de ouvir, que os apóstolos tinham sido enviados em missão. E que eles tinham exercido com muito êxito o seu ministério pastoral, apascentando as ovelhas da casa de Israel; e que se sentiam muito felizes pelas obras que haviam realizado. Por isso, “os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado” (Mc 6, 30). Desta forma, estava se realizando a profecia de Jeremias que dizia: “E eu reunirei o resto de minhas ovelhas de todos os países para onde forem expulsas, e as farei voltar a seus campos, e elas se reproduzirão e multiplicarão. Suscitarei para elas novos pastores que as apascentem; não sofrerão mais o medo e a angústia, nenhuma delas se perderá, diz o Senhor” (Jr 23, 3-4).
Uma vez tendo reunido os apóstolos-pastores em torno de si, Jesus Cristo os reconfortou e os reanimou com a sua presença, com a sua graça e com a sua palavra. E foram num lugar à parte, como ele mesmo disse: “Vinde sozinhos para um lugar deserto, e descansai um pouco” (Mc 6, 31). Ali, os pastores-apóstolos podiam dizer a Jesus as mesmas palavras que Davi dizia ao Senhor em oração: “O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma. Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha, e restaura as minhas forças. Felicidade e todo bem hão de seguir-me por toda a minha vida; e na casa do Senhor, habitarei pelos tempos infinitos” (Sl 22, 1-3; 6).
E, por último, encontramos o próprio Jesus Cristo ensinando aos seus apóstolos-pastores a entenderem humildemente que todo o ministério apostólico realizado por eles, ao apascentarem as ovelhas do Senhor, seria sempre realizado pessoalmente pelo próprio Senhor Jesus. Ele estaria ali presente, de forma espiritual, com a sua graça e com o seu poder, realizando pessoalmente toda a obra pastoral que deveria acontecer na sua Igreja. Desta forma, a profecia de Jeremias deveria se cumprir, como ele disse: “Eis que virão dias, diz o Senhor, em que farei nascer um descendente de Davi; reinará como rei e será sábio, fará valer a justiça e a retidão na terra. Naqueles dias, Judá será salvo e Israel viverá tranquilo; este é o nome com que o chamarão: ‘Senhor, nossa Justiça'” (Jr 23, 5-6).
O Apóstolo Paulo, na sua Carta aos Efésios nos explicou – com uma linguagem teológica e espiritual – este mistério divino e espiritual de nosso Senhor Jesus Cristo, o Bom Pastor, na sua Igreja. Paulo demonstrou que a obra de reconciliação e de paz, entre judeus e pagãos, se realizava por meio de Jesus Cristo, como o Pastor supremos de suas ovelhas e da sua Igreja. Por isso, ele disse: “Agora, em Jesus Cristo, vós que outrora estáveis longe, vos tornastes próximos, pelo sangue de Cristo. Ele, de fato, é a nossa paz: do que era dividido, ele fez uma unidade. Em sua carne ele destruiu o muro de separação: inimizade. Ele veio anunciar a paz a vós que estáveis longe, e a paz aos que estavam próximos. É graças a ele que uns e outros, em um só Espírito, temos acesso junto ao Pai” (Ef 2, 13-14; 17-18).
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