Assim fala o Senhor: 1“Eis o meu servo – eu o recebo; eis o meu eleito – nele se compraz minh’alma; pus meu espírito sobre ele, ele promoverá o julgamento das nações. 2Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas. 3Não quebra uma cana rachada nem apaga um pavio que ainda fumega; mas promoverá o julgamento para obter a verdade. 4Não esmorecerá nem se deixará abater, enquanto não estabelecer a justiça na terra; os países distantes esperam seus ensinamentos. 6Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, 7para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas”.
Filhos de Deus, tributai ao Senhor, * tributai-lhe a glória e o poder! 2Dai-lhe a glória devida ao seu nome; * adorai-o com santo ornamento! 3Eis a voz do Senhor sobre as águas, * sua voz sobre as águas imensas! 4Eis a voz do Senhor com poder! * Eis a voz do Senhor majestosa. 3Sua voz no trovão reboando! * 9No seu templo os fiéis bradam: “Glória!” 10É o Senhor que domina os dilúvios, * o Senhor reinará para sempre! Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!
Naqueles dias, 34Pedro tomou a palavra e disse: “De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas. 35Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença. 36Deus enviou sua palavra aos israelitas e lhes anunciou a Boa-Nova da paz, por meio de Jesus Cristo, que é o Senhor de todos. 37Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo pregado por João: 38como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele”.
Abriram-se os céus e fez-se ouvir a voz do Pai: Eis meu filho muito amado; escutai-o, todos vós!
Naquele tempo, 13Jesus veio da Galileia para o rio Jordão, a fim de se encontrar com João e ser batizado por ele. 14Mas João protestou, dizendo: “Eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?” 15Jesus, porém, respondeu-lhe: “Por enquanto deixa como está, porque nós devemos cumprir toda a justiça!” E João concordou. 16Depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água. Então o céu se abriu e Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e vindo pousar sobre ele. 17E do céu veio uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus o meu agrado”.
Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo nosso Senhor! Esta festa do Batismo do Senhor pode, eventualmente, ter sido transferida para o domingo anterior. E é possível que a festa da Epifania tenha sido celebrada na sexta-feira passada, dia 6 de janeiro, na data que se costumava comemorar este evento litúrgico. Em todo caso, a festa do Batismos do Senhor se reveste de uma importância litúrgica singular, pois ela é um marco divisor no tempo litúrgico, no qual termina o Tempo do Natal e se inicia o longo período do Tempo Comum.
O Ano Litúrgico, tradicionalmente, se organizou tomando como base a vida de Jesus. Por isso, os grandes momentos da vida de Jesus determinaram os cinco grandes períodos litúrgicos da Igreja Católica. Assim sendo, no Tempo do Advento se celebra a expectativa da vinda de Jesus; no Tempo do Natal se celebra o nascimento de Jesus; no Tempo da Quaresma se celebra as tribulações e os sofrimentos de Jesus; no Tempo da Páscoa se celebra a morte e ressurreição de Jesus; e no Tempo Comum se celebra os três anos da vida pública e da evangelização de Jesus. Portanto, com o Batismo do Senhor, que inaugura um novo momento na vida de Jesus, se dá início à sua atividade pública e missionária. Também, de um modo semelhante, ocorreu na Igreja, pela sua liturgia. Assim sendo, a Igreja celebrando a festa litúrgica do Batismo de Jesus, deu inicio ao longo período do Tempo Comum.
Jesus, sujeitando-se ao rito do batismo nas águas do rio Jordão, estabeleceu o Batismo com um sacramento instituído por ele mesmo, como um rito de iniciação necessário para se tornar discípulo dele, obter a graça da salvação e renascer para a vida nova em Cristo. Por certo, Jesus Cristo não precisava passar pelo rito do batismo. Porém, ele mesmo entendeu que seria conveniente fazê-lo, para dar o exemplo e para demonstrar a todos que o batismo é a porta de entrada do seu reino messiânico. O Batismo seria o sinal mais expressivo de que ele era, de fato, o Messias prometido e que todos esperavam. Por isso, Jesus disse o seguinte, depois de ouvir os protestos de João Batista: “Por enquanto deixa como está, porque nós devemos cumprir toda a justiça!” (Mt 3, 15). E, logo a seguir, ocorreu o batismo do Senhor, em presença do Espírito Santo e do Pai Eterno, da seguinte forma: “Depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água. Então o céu se abriu e Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e vindo pousar sobre ele. E do céu veio uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus o meu agrado” (Mt 3, 16-17).
E vendo Jesus saindo das águas, todos os anjos e santos que presenciaram este evento o aclamaram, dizendo: “Filhos de Deus, tributai ao Senhor Eis a voz do Senhor sobre as águas! Eis a voz do Senhor com poder! Eis a voz do Senhor majestosa. Sua voz no trovão reboando! É o Senhor que domina os dilúvios, o Senhor reinará para sempre” (Sl 28, 1; 3-9-10)! Pois, naquela hora “abriram-se os céus e fez-se ouvir a voz do Pai: Eis meu filho muito amado; escutai-o, todos vós” (Mc 9, 6)!
Uma vez batizado e ungido pelo Espírito Santo, Jesus Cristo estava, a partir daquele momento, confirmado e estabelecido em sua missão salvífica e evangelizadora, como disse São Pedro: “Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo pregado por João: como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele” (At 10, 37-38). Olhai e vede, irmãos, “eis o meu eleito – nele se compraz minh’alma; pus meu espírito sobre ele, ele promoverá o julgamento das nações. Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas” (Is 42, 1-2).
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