Assim fala o Senhor Deus: 2“Volta, Israel, para o Senhor, teu Deus, porque estavas caído em teu pecado. 3Vós todos, encontrai palavras e voltai para o Senhor; dizei-lhe: ‘Livra-nos de todo o mal e aceita este bem que oferecemos; o fruto de nossos lábios. 4A Assíria não nos salvará; não queremos montar nossos cavalos, não chamaremos mais ‘Deuses nossos’ a produtos de nossas mãos; em ti encontrará o órfão misericórdia. 5Hei de curar sua perversidade e me será fácil amá-los, deles afastou-se a minha cólera. 6Serei como orvalho para Israel; ele florescerá como o lírio e lançará raízes como plantas do Líbano. 7Seus ramos hão de estender-se; será seu esplendor como o da oliveira, e seu perfume como o do Líbano. 8Voltarão a sentar-se à minha sombra e a cultivar o trigo, e florescerão como a videira, cuja fama se iguala à do vinho do Líbano. 9Que tem ainda Efraim a ver com ídolos? Sou eu que o atendo e que olho por ele. Sou como o cipreste sempre verde: de mim procede o teu fruto. 10Compreenda estas palavras o homem sábio, reflita sobre elas o bom entendedor! São retos os caminhos do Senhor e, por eles, andarão os justos, enquanto os maus ali tropeçam e caem”.
Eis que ouço uma voz que não conheço,* 7“Aliviei as tuas costas de seu fardo. cestos pesados eu tirei de tuas mãos,* 8Na angústia a mim clamaste, e te salvei, de uma nuvem trovejante te falei, * e junto às águas de Meriba te provei. 9Ouve, meu povo, porque vou te advertir! * Israel, ah! se quisesses me escutar. 10Em teu meio não exista um deus estranho * nem adores a um deus desconhecido! 11Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, * que da terra do Egito te arranquei. 14Quem me dera que meu povo me escutasse! * Que Israel andasse sempre em meus caminhos. 17eu lhe daria de comer a flor do trigo, * e com o mel que sai da rocha o fartaria”.
Naquele tempo, 28um mestre da Lei, aproximou-se de Jesus e perguntou: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” 29Jesus respondeu: “O primeiro é este: Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. 30Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! 31O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes”. 32O mestre da Lei disse a Jesus: “Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: Ele é o único Deus e não existe outro além dele. 33Amá-lo de todo o coração, de toda a mente, e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios”. 34Jesus viu que ele tinha respondido com inteligência, e disse: “Tu não estás longe do Reino de Deus”. E ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus.
Caríssimos irmãos! A Liturgia da Palavra de hoje nos coloca diante dos Mandamentos da Lei de Deus, o Decálogo. E Jesus Cristo declarou que ele estava instituindo estas mesmas leis, com certas correções, na sua Igreja.
No Evangelho que acabamos de ouvir Jesus Cristo foi questionado sobre o Decálogo da Lei de Deus e, assim, ele apresentou publicamente qual era a sua posição a respeito desta matéria. Este assunto apareceu quando Jesus foi questionado por um Mestre da Lei que lhe fez a seguinte pergunta: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos” (Mc 12, ’28)? O Mestre esperava que Jesus lhe respondesse, obviamente, aquilo que estava escrito no Decálogo; e que Jesus, sendo fiel cumpridor dos mandamentos divinos e, sobretudo, por se apresentar como Mestre das Escrituras e de seu Evangelho, deveria responder, sem titubear, aquilo que dizia nas Escrituras Sagradas a respeito do Decálogo: “Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda atua alma e com todas as tuas forças” (Dt 6, 4-5)! Era isto que Jesus deveria ter, imediatamente, respondido!
Porém, o Mestre da Lei foi surpreendido com uma resposta um pouco diferente, na qual Jesus demonstrou toda a sua sabedoria e ciência. Na verdade, ele não só respondeu com exatidão a pergunta, mas apresentou uma nova forma de aprender e praticar o Decálogo. Ele resumiu os Dez Mandamento em Dois, dizendo que os três primeiros estariam contidos no “Amor a Deus”; e os sete seguintes no “Amor ao próximo”. Assim, sem abolir os Dez Mandamentos, ele disse que o cumprimento perfeito dos Dez mandamentos somente aconteceria quando se ama a Deus e se ama ao próximo como a si mesmo!
Desta forma, Jesus Cristo, investido da sua condição divina e de legislador divino do Decálogo, resumiu os três primeiros mandamentos do Decálogo, dizendo o seguinte: “Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força” (Mc 12, 29-30)! E, a seguir, resumindo os sete outros mandamentos num só, Jesus disse: “O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes” (Mc 12, 31). A partir deste momento, Jesus Cristo deu o último retoque na Lei Divina, elevando-a ao seu mais alto grau de perfeição, submetendo-a à dupla Lei do Amor e da Caridade!
Deus, mediante o profeta Oséias convidou todo o Povo a se converter e retomar o caminho reto dos seus preceitos, dizendo: “Compreenda estas palavras o homem sábio, reflita sobre elas o bom entendedor! São retos os caminhos do Senhor e, por eles, andarão os justos, enquanto os maus ali tropeçam e caem” (Os 14, 10). E seguindo estas mesmas palavra de Oséias, o Espírito Santo disse: “Quem me dera que meu povo me escutasse! Que Israel andasse sempre em meus caminhos. Eu lhe daria de comer a flor do trigo, e com o mel que sai da rocha o fartaria. Na angústia a mim clamaste, e te salvei, de uma nuvem trovejante te falei, e junto às águas de Meriba te provei. Ouve, meu povo, porque vou te advertir! Israel, ah! se quisesses me escutar.” (Sl 80, 8-9; 14; 17).
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