Naqueles dias, 4a palavra do Senhor foi dirigida a Natã nestes termos: 5“Vai dizer ao meu servo Davi: ‘Assim fala o Senhor: Porventura és tu que me construirás uma casa para eu habitar? 6Pois eu nunca morei numa casa, desde que tirei do Egito os filhos de Israel, até ao dia de hoje, mas tenho vagueado em tendas e abrigos. 7Por todos os lugares onde andei com os filhos de Israel, disse, porventura, a algum dos chefes de Israel, que encarreguei de apascentar o meu povo: Por que não me edificastes uma casa de cedro? 8Dirás pois, agora, ao meu servo Davi: ‘Assim fala o Senhor Todo-poderoso: Fui eu que te tirei do pastoreio, do meio das ovelhas, para que fosses o chefe do meu povo, Israel. 9Estive contigo em toda parte por onde andaste, e exterminei diante de ti todos os teus inimigos, fazendo o teu nome tão célebre como o dos homens mais famosos da terra. 10Vou preparar um lugar para o meu povo, Israel: eu o implantarei, de modo que possa morar lá sem jamais ser inquietado. Os homens violentos não tornarão a oprimi-lo como outrora, 11no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo, Israel. Concedo-te uma vida tranquila, livrando-te de todos os teus inimigos. E o Senhor te anuncia que te fará uma casa. 12Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. 13Será ele que construirá uma casa para o meu nome, e eu firmarei para sempre o seu trono real. 14Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Se ele proceder mal, eu o castigarei com vara de homens e com golpes dos filhos dos homens. 15Mas não retirarei dele a minha graça, como a retirei de Saul, a quem expulsei da minha presença. 16Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre'”. 17Natã comunicou a Davi todas essas palavras e toda essa revelação.
“Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito, * e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor: 5Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, * de geração em geração garantirei o teu reinado!” 27Ele, então, me invocará: ‘Ó Senhor, vós sois meu Pai, * sois meu Deus, sois meu Rochedo onde encontro a salvação!’ 28E por isso farei dele o meu filho primogênito, * sobre os reis de toda a terra farei dele o Rei altíssimo. 29Guardarei eternamente para ele a minha graça * e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel. 30Pelos séculos sem fim conservarei sua descendência, * e o seu trono, tanto tempo quanto os céus, há de durar.
A semente é a palavra de Deus; o Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou.
Naquele tempo, 1Jesus começou a ensinar de novo às margens do mar da Galileia. Uma multidão muito grande se reuniu em volta dele, de modo que Jesus entrou numa barca e se sentou, enquanto a multidão permanecia junto às margens, na praia. 2Jesus ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. E, em seu ensinamento, dizia-lhes: 3“Escutai! O semeador saiu a semear. 4Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; vieram os pássaros e a comeram. 5Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; brotou logo, porque a terra não era profunda, 6mas, quando saiu o sol, ela foi queimada; e, como não tinha raiz, secou. 7Outra parte caiu no meio dos espinhos; os espinhos cresceram, a sufocaram, e ela não deu fruto. 8Outra parte caiu em terra boa e deu fruto, que foi crescendo e aumentando, chegando a render trinta, sessenta e até cem por um”. 9E Jesus dizia: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. 10Quando ficou sozinho, os que estavam com ele, junto com os Doze, perguntaram sobre as parábolas. 11Jesus lhes disse: “A vós, foi dado o mistério do Reino de Deus; para os que estão fora, tudo acontece em parábolas, 12para que olhem mas não enxerguem, escutem mas não compreendam, para que não se convertam e não sejam perdoados”. 13E lhes disse: “Vós não compreendeis esta parábola? Então, como compreendereis todas as outras parábolas? 14O semeador semeia a Palavra. 15Os que estão à beira do caminho são aqueles nos quais a Palavra foi semeada; logo que a escutam, chega Satanás e tira a Palavra que neles foi semeada. 16Do mesmo modo, os que receberam a semente em terreno pedregoso, são aqueles que ouvem a Palavra e logo a recebem com alegria, 17mas não têm raiz em si mesmos, são inconstantes; quando chega uma tribulação ou perseguição, por causa da Palavra, logo desistem. 18Outros recebem a semente entre os espinhos: são aqueles que ouvem a Palavra; 19mas quando surgem as preocupações do mundo, a ilusão da riqueza e todos os outros desejos, sufocam a Palavra, e ela não produz fruto. 20Por fim, aqueles que recebem a semente em terreno bom, são os que ouvem a Palavra, a recebem e dão fruto; um dá trinta, outro sessenta e outro cem por um”.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra nos coloca diante dos mistérios do Reino de Israel, que tinha Davi como seu rei, e os mistérios do Reino de Deus, que tem Jesus Cristo, o filho de Davi, como seu Rei Eterno! Nós vimos que os planos e os desígnios de Deus em relação ao rei Davi somente se realizaram no seu descendente e sucessor, Jesus Cristo, o Messias e filho de Davi.
No Livro de Samuel, nós vimos que Deus estabelecera um pacto de Aliança com Davi, para restaurar o Reino de Israel, através do seu poder real, do seu trono e de sua descendência dinástica. Israel seria, então, restaurada a partir de Jerusalém e do seu Templo. Conforme as promessas de Deus feitas a Davi, pelo profeta Natã, que disse: “Assim fala o Senhor Todo-poderoso: Fui eu que te tirei do pastoreio, do meio das ovelhas, para que fosses o chefe do meu povo, Israel. Vou preparar um lugar para o meu povo, Israel: eu o implantarei, de modo que possa morar lá sem jamais ser inquietado. Concedo-te uma vida tranquila, livrando-te de todos os teus inimigos. E o Senhor te anuncia que te fará uma casa. Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza” (2Sm 7, 8-12).
E o próprio Davi nos revelou tudo aquilo Deus lhe prometera, sobretudo aquilo que Deus lhe havia dito a respeito do seu descendente que haveria de sustentar o seu trono eternamente, dizendo: “Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito, e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor: Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, de geração em geração garantirei o teu reinado!” Ele, então, me invocará: ‘Ó Senhor, vós sois meu Pai, sois meu Deus, sois meu Rochedo onde encontro a salvação!’ E por isso farei dele o meu filho primogênito, sobre os reis de toda a terra farei dele o Rei altíssimo. Guardarei eternamente para ele a minha graça e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel. Pelos séculos sem fim conservarei sua descendência, e o seu trono, tanto tempo quanto os céus, há de durar” (Sl 88, 4-5; 27-30).
Jesus Cristo, o descendente de Davi e herdeiro do seu trono real, ao invés de assumir o governo de Judá e de instalar-se no trono de Davi em Jerusalém, começou a restaurar o Reino de Israel de uma forma totalmente nova e surpreendente! Ao invés de governar o reino de um só povo, Jesus Cristo inaugurou neste mundo o Reino de Deus, no qual ele haveria de governar todos os povos e todas as nações do mundo, para sempre, a partir da Jerusalém Celeste! Como disse o profeta: “E por isso farei dele o meu filho primogênito, sobre os reis de toda a terra farei dele o Rei altíssimo. Guardarei eternamente para ele a minha graça e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel” (Sl 88, 28-29).
Jesus Cristo estabeleceu o seu reinado saindo pelas regiões da Galileia e da Judeia, pregando a Palavra do seu Evangelho, anunciando as parábolas do Reino de Deus. E assim, através da pregação de sua Palavra Jesus restaurava o Reino de Davi e instaurava o Reino de Deus neste mundo. Por isso, “Jesus começou a ensinar de novo às margens do mar da Galileia. Uma multidão muito grande se reuniu em volta dele, de modo que Jesus entrou numa barca e se sentou, enquanto a multidão permanecia junto às margens, na praia. Jesus ensinava-lhes muitas coisas em parábolas (Mc 4, 1-2). E assim, todos aqueles que acolhiam a sua Palavra com fé, tornavam-se discípulos dele, integrando-se no seu Reino Eterno.
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