Naqueles dias, 1o Senhor falou a Moisés, no deserto de Farã, dizendo: 2“Envia alguns homens para explorar a terra de Canaã, que vou dar aos filhos de Israel. Enviarás um homem de cada tribo, e que todos sejam chefes”. 25Ao fim de quarenta dias, eles voltaram do reconhecimento do país, 26e apresentaram-se a Moisés, a Aarão e a toda a comunidade dos filhos de Israel, em Cades, no deserto de Farã. E, diante dos filhos de Israel, começaram a difamar a terra que haviam explorado. 14,1Então, toda a comunidade começou a gritar, e passou aquela noite chorando. 26O Senhor falou a Moisés e Aarão, e disse: 27“Até quando vai murmurar contra mim esta comunidade perversa? Eu ouvi as queixas dos filhos de Israel. 28Dize-lhes, pois: ‘Por minha vida, diz o Senhor, juro que vos farei assim como vos ouvi dizer! 29Neste deserto ficarão estendidos os vossos cadáveres. Todos vós que fostes recenseados, da idade de vinte anos para cima, e que murmurastes contra mim, 30não entrareis na terra na qual jurei, com mão levantada, fazer-vos habitar, exceto Caleb, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num. 34Carregareis vossa culpa durante quarenta anos, que correspondem aos quarenta dias em que explorastes a terra, isto é, um ano para cada dia; e experimentareis a minha vingança. 35Eu, o Senhor, assim como disse, assim o farei com toda essa comunidade perversa, que se insurgiu contra mim: nesta solidão será consumida e morrerá'”.
Pecamos como outrora nossos pais, * praticamos a maldade e fomos ímpios. 13Mas bem depressa esqueceram suas obras, * não confiaram nos projetos do Senhor. 14No deserto deram largas à cobiça, * na solidão eles tentaram o Senhor. 21Esqueceram-se do Deus que os salvara, * que fizera maravilhas no Egito; 23Até pensava em acabar com sua raça, * não se tivesse Moisés, o seu eleito, interposto, intercedendo junto a ele, * para impedir que sua ira os destruísse.
Naquele tempo, 21Jesus retirou-se para a região de Tiro e Sidônia. 22Eis que uma mulher cananeia, vindo daquela região, pôs-se a gritar: “Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim: minha filha está cruelmente atormentada por um demônio!” 23Mas, Jesus não lhe respondeu palavra alguma. Então seus discípulos aproximaram-se e lhe pediram: “Manda embora essa mulher, pois ela vem gritando atrás de nós”. 24Jesus respondeu: “Eu fui enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel”. 25Mas, a mulher, aproximando-se, prostrou-se diante de Jesus, e começou a implorar: “Senhor, socorre-me!” 26Jesus lhe disse: “Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-lo aos cachorrinhos”. 27A mulher insistiu: “É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!” 28Diante disso, Jesus lhe disse: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!” E desde aquele momento sua filha ficou curada.
Caríssimos irmãos e irmãs! Na passagem do Evangelho que acabamos de ouvir, uma mulher cananeia, educada no paganismo, teve uma atitude surpreendente em relação a Jesus, nosso Senhor. Esta mulher, sendo estrangeira e pagã, devia ter recorrido, anteriormente, aos médicos ou curandeiros, mas nenhum deles conseguira curar a sua filha daquele mal que ela sofria. Devia ter recorrido, com certeza, aos deuses cananeus para libertar a sua filha dos tormentos demoníacos, sem que eles conseguissem realizar a cura desta enfermidade que a atormentava. Por fim ouvindo falar de Jesus e de seus poderes divinos de curar as pessoas, ela foi ao encontro de Jesus, realizando, assim, um dos atos mais encantadores e admiráveis de fé e de humildade. Aproximando-se de Jesus, ela declarou a sua encantadora fé em Jesus Cristo, pondo-se a gritar: “Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim: minha filha está cruelmente atormentada por um demônio!” (Mt 15, 22). Sem dar-lhe atenção, Jesus começou a testar a sua fé e a sua humidade, usando uma linguagem veladamente discriminatória e ofensiva, dizendo: “Eu fui enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel”. Mas, a mulher, aproximando-se, prostrou-se diante de Jesus, e começou a implorar: “Senhor, socorre-me!” Jesus lhe disse: “Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-lo aos cachorrinhos”. A mulher, sem deixar-se abater por estas palavras de Jesus, humildemente insistiu: “É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos” (Mt 15, 24-27)! Jesus, uma vez convencido de sua fé e de sua humildade, disse-lhe: “‘Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres’! E desde aquele momento sua filha ficou curada” (Mt. 15, 28).
Na leitura do Livro dos Números, nós vimos ali uma das passagens mais lamentáveis e deprimentes do Povo de Deus, no deserto. Poucos dias depois de terem feito a Aliança com Deus, diante do monte Sinai, eles chegaram próximo daquela região que Deus lhes havia prometido em herança, como a Terra Prometida. Depois de terem enviado as pessoas encarregadas para fazer a inspeção daquela região, “ao fim de quarenta dias, eles voltaram do reconhecimento do país, e apresentaram-se a Moisés, a Aarão e a toda a comunidade dos filhos de Israel, em Cades, no deserto de Farã. E, diante dos filhos de Israel, começaram a difamar a terra que haviam explorado. Então, toda a comunidade começou a gritar, e passou aquela noite chorando” (Nm 13, 25-26; 14, 1). Deus, ouvindo estes lamentos totalmente injustificáveis e perversos, ficou cheio de ira e de indignação contra o seu povo. Diante disto, ele decidiu infligir contra ele um dos mais severos castigos, dizendo-lhes: “‘Por minha vida, diz o Senhor, juro que vos farei assim como vos ouvi dizer! Neste deserto ficarão estendidos os vossos cadáveres. Todos vós que fostes recenseados, da idade de vinte anos para cima, e que murmurastes contra mim, não entrareis na terra na qual jurei, com mão levantada, fazer-vos habitar, exceto Caleb, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num. Carregareis vossa culpa durante quarenta anos, que correspondem aos quarenta dias em que explorastes a terra, isto é, um ano para cada dia; e experimentareis a minha vingança. Eu, o Senhor, assim como disse, assim o farei com toda essa comunidade perversa, que se insurgiu contra mim: nesta solidão será consumida e morrerá'” (Nm 14, 28-35).
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