Não há, além de ti, outro Deus que cuide de todas as coisas e a quem devas mostrar que teu julgamento não foi injusto. 16A tua força é princípio da tua justiça, e o teu domínio sobre todos te faz para com todos indulgente. 17Mostras a tua força a quem não crê na perfeição do teu poder; e nos que te conhecem, castigas o seu atrevimento. 18No entanto, dominando tua própria força, julgas com clemência e nos governas com grande consideração: pois quando quiseres, está ao teu alcance fazer uso do teu poder. 19Assim procedendo, ensinaste ao teu povo que o justo deve ser humano; e a teus filhos deste a confortadora esperança de que concedes o perdão aos pecadores.
Ó Senhor, vós sois bom e clemente,* sois perdão para quem vos invoca. 6Escutai, ó Senhor, minha prece,* o lamento da minha oração! 9As nações que criastes virão* adorar e louvar vosso nome. 10Sois tão grande e fazeis maravilhas:* vós somente sois Deus e Senhor! 15Vós, porém, sois clemente e fiel,* sois amor, paciência e perdão. 16Tende pena e olhai para mim!* Confirmai com vigor vosso servo.
Irmãos: 26O Espírito vem em socorro da nossa fraqueza. Pois nós não sabemos o que pedir, nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis. 27E aquele que penetra o íntimo dos corações sabe qual é a intenção do Espírito. Pois é sempre segundo Deus que o Espírito intercede em favor dos santos.
Naquele tempo: 24Jesus contou outra parábola à multidão: “O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo. 25Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora. 26Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio. 27Os empregados foram procurar o dono e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’ 28O dono respondeu: ‘Foi algum inimigo que fez isso’. Os empregados lhe perguntaram: ‘Queres que vamos arrancar o joio?’ 29O dono respondeu: ‘Não! pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo. 30Deixai crescer um e outro até a colheita! E, no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: arrancai primeiro o joio e amarrai-o em feixes para ser queimado! Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro!'” 31Jesus contou-lhes outra parábola: “O Reino dos Céus é como uma semente de mostarda que um homem pega e semeia no seu campo. 32Embora ela seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior do que as outras plantas. E torna-se uma árvore, de modo que os pássaros vêm e fazem ninhos em seus ramos”. 33Jesus contou-lhes ainda uma outra parábola: “O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”. 34Tudo isso Jesus falava em parábolas às multidões. Nada lhes falava sem usar parábolas, 35para se cumprir o que foi dito pelo profeta: “Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo”. 36Então Jesus deixou as multidões e foi para casa. Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Explica-nos a parábola do joio!” 37Jesus respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. 38O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. 39O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifeiros são os anjos. 40Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: 41o Filho do Homem enviará os seus anjos, e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; 42e depois os lançarão na fornalha de fogo. Aí haverá choro e ranger de dentes. 43Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça”.
Caríssimos irmãos e irmãs! As parábolas são, de longe, a figura de linguagem mais utilizadas por Jesus. Na sua pregação elas aparecem frequentemente. E Jesus soube criá-las com uma criatividade espetacular, colhendo imagens do dia-a-dia para elaborar as suas parábolas. Demonstrou nisto uma inteligência prodigiosa e uma sabedoria de vida extraordinária. Através do recurso da parábola, Jesus Cristo soube ensinar doutrinas extremamente complexas com uma linguagem muito simples e acessível.
As parábolas de Jesus se tornaram uma marca registrada do seu Evangelho. Foram inúmeras as parábolas, e quase não teve assunto nenhum, por mais profundo ou sublime que fosse, que Jesus não tivesse se servido das parábolas, para ensinar a sua doutrina evangélica do Reino dos céus, aos mais simples e humildes.
Entretanto, a parábola só tinha sentido se ela fosse explicada e interpretada para se obter dela um conhecimento da doutrina evangélica de Jesus Cristo. Por isto ele as chamou de: “Parábolas do Reino dos Céus”! Ou seja, Jesus entendia que as parábolas seriam a forma mais compreensível de explicar a sua doutrina sobre o Reino dos Céus. Por isso, ele disse: “O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo” (Mt 13, 24). Ou ainda, “Jesus contou-lhes ainda uma outra parábola: “O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado” (Mt 13, 33).
O Evangelista Mateus confirmou isto, tomando o testemunho de Isaías, dizendo: “Tudo isso Jesus falava em parábolas às multidões. Nada lhes falava sem usar parábolas, para se cumprir o que foi dito pelo profeta: “Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo” (Mt 13, 34-35). E talvez a rainha das parábolas de Jesus – junto com a sua devida explicação -, e que revele com a maior perfeição a doutrina do Reino de Deus, seja a “Parábola do Semeador” que acabamos de ouvir no Evangelho da Liturgia da Palavra de hoje.
E, finalmente, caros irmãos, não deveríamos deixar de lembrar as palavras cheias de fé e de sabedoria que o Livro da Sabedoria e o Salmo nos forneceram hoje. O Sábio e piedoso autor do Livro da Sabedoria disse, a respeito de nosso Deus: “A tua força é princípio da tua justiça, e o teu domínio sobre todos, te faz para com todos indulgente. No entanto, dominando tua própria força, julgas com clemência e nos governas com grande consideração: pois quando quiseres, está ao teu alcance fazer uso do teu poder. Assim procedendo, ensinaste ao teu povo que o justo deve ser humano; e a teus filhos deste a confortadora esperança de que concedes o perdão aos pecadores” (Sb 12, 16-19). E o Salmista, exaltando os valores mais sublimes em Deus, disse: “Ó Senhor, vós sois bom e clemente, sois perdão para quem vos invoca. Sois amor, paciência e perdão. Tende pena e olhai para mim” (Sl 85, 15-16)!
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