Eu, Tobit, na noite de Pentecostes, depois de ter sepultado um morto, 9tomei banho, entrei no pátio de minha casa e deitei-me junto à parede do pátio, deixando o rosto descoberto por causa do calor. 10Não sabia que, na parede, por cima de mim, havia pardais aninhados. Seu excremento quente caiu nos meus olhos e provocou manchas brancas. Fui procurar os médicos para me tratarem. Quanto mais remédios me aplicavam, mais meus olhos se obscureciam com as manchas, até que fiquei completamente cego. Durante quatro anos estive privado da vista. Todos os meus irmãos se afligiram por minha causa. Aicar cuidou do meu sustento durante dois anos, até que partiu para Elimaida. 11Naquela ocasião, Ana, minha mulher, dedicou-se a trabalhos femininos, tecendo lã.
Feliz o homem que respeita o Senhor * e que ama com carinho a sua lei! 2Sua descendência será forte sobre a terra, *
abençoada a geração dos homens retos! 7Ele não teme receber notícias más: * confiando em Deus, seu coração está seguro. 8Seu coração está tranquilo e nada teme, * e confusos há de ver seus inimigos. 9Ele reparte com os pobres os seus bens, † permanece para sempre o bem que fez, * e crescerão a sua glória e seu poder.
Naquele tempo, 13as autoridades mandaram alguns fariseus e alguns partidários de Herodes para apanharem Jesus em alguma palavra. 14Quando chegaram, disseram a Jesus: “Mestre, sabemos que tu és verdadeiro e não dás preferência a ninguém. Com efeito, tu não olhas para as aparências do homem, mas ensinas, com verdade, o caminho de Deus. Dize-nos: é lícito ou não pagar o imposto a César? Devemos pagar ou não?” 15Jesus percebeu a hipocrisia deles e respondeu: “Por que me tentais? Trazei-me uma moeda, para que eu a veja”. 16Eles levaram a moeda, e Jesus perguntou: “De quem é a figura e a inscrição que estão nessa moeda?” Eles responderam: “De César”. 17Então Jesus disse: “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. E eles ficaram admirados com Jesus.
Caríssimos irmãos em Cristo nosso Senhor! Os judeus acreditavam que todo judeu que fosse fiel cumpridor da Lei seria um homem agraciado e abençoado por Deus, da forma como dizia o salmista: “É feliz o homem que respeita o Senhor e que ama com carinho a sua lei! Sua descendência será forte sobre a terra, abençoada a geração dos homens retos” (Sl 111, 1)!
Porém, a vida foi, aos poucos, lhes ensinando que o judeu que for justo e fiel cumpridor da Lei, poderia, apesar de tudo, passar por grandes provações, cair na pobreza, passar por grandes sofrimentos e enfermidades ou até ser perseguido injustamente. Tobit aprendeu em sua própria experiência de vida que o justo também pode passar por grandes dificuldades, como ele mesmo dizia: “Pois eu, Tobit, andei nos caminhos da verdade e da justiça todos os dias da minha vida. Dei muitas vezes esmolas aos meus irmãos e compatriotas que comigo foram deportados para Nínive, no país dos assírios” (Tb 1, 3). E apesar disto, ele era perseguido por ser justo e misericordioso: “Eis que, depois que o sol se escondeu, fui cavar uma sepultura e enterrei o cadáver. Meus vizinhos zombavam, dizendo: “Ele ainda não tem medo. Já foi procurado para ser morto por esse motivo e teve que fugir. No entanto, está de novo sepultando os mortos!” (Tb 1, 7-8).
A seguir, Tobit sofreu um acidente que o levou a cegueira completa: “Pois meus olhos se obscureciam com as manchas, até que fiquei completamente cego. Durante quatro anos estive privado da vista”(Tb 2, 10). Apesar de tudo isto, nem Tobit e nem seu filho Tobias desistiram de seguir o caminho dos preceitos do Senhor e de fazer os gestos de misericórdia.
Entretanto, Jesus Cristo, o Justo e o Santo de Deus, veio trazer um outro significado para os sofrimentos e provações do justo, que quisesse ser um autêntico discípulo de Cristo. Os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os fariseus odiavam Jesus, exatamente por ser justo e santo. Eles mesmos deram testemunho de Jesus, dizendo: “Mestre, sabemos que tu és verdadeiro e não dás preferência a ninguém. Com efeito, tu não olhas para as aparências do homem, mas ensinas, com verdade, o caminho de Deus” (Mc 12, 14). Os seus perseguidores, movidos por inveja, o odiavam e procuravam uma forma de o incriminar, para o matar.
Exatamente por ser justo e santo que Jesus era perseguido e odiado pelos ímpios e pelos malvados! Porém, mesmo sabendo destes infortúnios, não se deixou abater por isso, pois Jesus seguia as sábias palavras do salmista que dizia: “O justo não teme receber notícias más: confiando em Deus, seu coração está seguro. Seu coração está tranquilo e nada teme, e confusos há de ver seus inimigos. Há de permanecer para sempre o bem que fez, e crescerão a sua glória e seu poder” (Sl 111, 2-3).
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