Assim fala o Senhor: 23“Dei esta ordem ao povo dizendo: Ouvi a minha voz, assim serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; e segui adiante por todo o caminho que eu vos indicar para serdes felizes. 24Mas eles não ouviram e não prestaram atenção; ao contrário, seguindo as más inclinações do coração, andaram para trás e não para a frente, 25desde o dia em que seus pais saíram do Egito até ao dia de hoje. A todos enviei meus servos, os profetas, e enviei-os cada dia, começando bem cedo; 26mas não ouviram e não prestaram atenção; ao contrário, obstinaram-se no erro, procedendo ainda pior que seus pais. 27Se falares todas essas coisas, eles não te escutarão, e, se os chamares, não te darão resposta. 28Dirás, então: ‘Esta é a nação que não escutou a voz do Senhor, seu Deus, e não aceitou correção. Sua fé morreu, foi arrancada de sua boca’ “.
1Vinde, exultemos de alegria no Senhor, * aclamemos o Rochedo que nos salva! 2Ao seu encontro caminhemos com louvores, * e com cantos de alegria o celebremos! 6Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, * e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! 7Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, † e nós somos o seu povo e seu rebanho, * as ovelhas que conduz com sua mão. 8Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: * “Não fecheis os corações como em Meriba, 9como em Massa, no deserto, aquele dia, † em que outrora vossos pais me provocaram, * apesar de terem visto as minhas obras”.
Naquele tempo, 14Jesus estava expulsando um demônio que era mudo. Quando o demônio saiu, o mudo começou a falar, e as multidões ficaram admiradas. 15Mas alguns disseram: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios”. 16Outros, para tentar Jesus, pediam-lhe um sinal do céu. 17Mas, conhecendo seus pensamentos, Jesus disse-lhes: “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra. 18Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como poderá sobreviver o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os demônios. 19Se é por meio de Belzebu que eu expulso demônios, vossos filhos os expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. 20Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus. 21Quando um homem forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão seguros. 22Mas, quando chega um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou. 23Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa”.
Irmão caríssimos, no Senhor! Hoje, nesta celebração, somos postos diante de uma figura invisível, espiritual e monstruosa: o Mistério da Iniquidade. Este monstro misterioso e iníquo pode estar dentro de nós mesmos, na sociedade humana, no meio do Povo de Deus, ou ainda, dentro da Igreja Católica e em nossas comunidades ou famílias! Este Mistério de Iniquidade se instala no coração dos pecadores inveterados que estão num estágio avançado de obstinação na iniquidade e na má conduta. As pessoas, nesta situação de vida, se obstinam e se endurecem de uma tal forma no mal, que não suportam nenhum remédio que lhes cure deste mal!
De tempos em tempos, certas pessoas e certos agrupamentos humanos são acometidos por esta peste maligna, que, de modo geral, não tem cura. O Povo de Deus, tanto o judeu quanto o cristão, por vezes, é acometido por este mal terrível. Esta era a situação deplorável do povo judeu, no tempo do profeta Jeremias. Ele pregou de forma incansável, denunciando a dureza de coração e o espírito impenitente e obstinado do povo, dizendo: “Ouvi a minha voz, assim serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; e segui adiante por todo o caminho que eu vos indicar para serdes felizes. Mas eles não ouviram e não prestaram atenção; ao contrário, seguindo as más inclinações do coração, andaram para trás e não para a frente, desde o dia em que seus pais saíram do Egito até ao dia de hoje. A todos enviei meus servos, os profetas, e enviei-os cada dia, começando bem cedo; mas não ouviram e não prestaram atenção; ao contrário, obstinaram-se no erro, procedendo ainda pior que seus pais” (Jr 7, 23-28).
Além disto, Jesus, no Evangelho de Lucas, nos garante que este Mistério da Iniquidade é levado avante neste mundo, por espíritos angelicais imundos e iníquos, que habitam, junto conosco neste mundo. São criaturas espirituais invisíveis, malignas e perversas, obstinadas na iniquidade, que perturbam e atentam os homens. Inclusive, por vezes, poderão se instalar no corpo de certas pessoas, possuindo-as, para atormentá-las e subjugá-las. Uma das missões de Jesus Cristo neste mundo era o de enfrentar este Mistério de Iniquidade, tirando os pecados e iniquidades dos homens, bem como libertar os que estavam oprimidos pelo demônio, expulsando-os, com o poder de Deus (Cf. Lc 11, 14-23)! E Jesus deu o seu testemunho dizendo que este seu poder de expulsar demônios era um sinal evidente de sua divindade: “Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus. Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa” (Lc 11, 20).
O Espírito Santo nos convoca ao arrependimento, para que não nos deixemos levar pela teimosia e pela obstinação no mal, como fizeram nossos pais lá no deserto, e acabaram sendo exterminados. Por isso, ele diz: “Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua mão. Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: “Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras” (Sl 94, 6-9).
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