Isto diz o Senhor: “Maldito o homem que confia no homem e faz consistir sua força na carne humana, enquanto o seu coração se afasta do Senhor; 6como os cardos no deserto, ele não vê chegar a floração, prefere vegetar na secura do ermo, em região salobra e desabitada. 7Bendito o homem que confia no Senhor, cuja esperança é o Senhor; 8é como a árvore plantada junto às águas, que estende as raízes em busca de umidade, por isso não teme a chegada do calor: sua folhagem mantém-se verde, não sofre míngua em tempo de seca e nunca deixa de dar frutos. 9Em tudo é enganador o coração, e isto é incurável; quem poderá conhecê-lo? 10Eu sou o Senhor, que perscruto o coração e provo os sentimentos, que dou a cada qual conforme o seu proceder e conforme o fruto de suas obras”.
É feliz quem a Deus se confia! 1Feliz é todo aquele que não anda * conforme os conselhos dos perversos; que não entra no caminho dos malvados, * nem junto aos zombadores vai sentar-se; 2mas encontra seu prazer na lei de Deus * e a medita, dia e noite, sem cessar. 3Eis que ele é semelhante a uma árvore, * que à beira da torrente está plantada; ela sempre dá seus frutos a seu tempo, † e jamais as suas folhas vão murchar. * Eis que tudo o que ele faz vai prosperar. 4Mas bem outra é a sorte dos perversos. † Ao contrário, são iguais à palha seca * espalhada e dispersada pelo vento. 6Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, * mas a estrada dos malvados leva à morte.
Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus: 19“Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias. 20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão à porta do rico. 21Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas. 22Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. 23Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. 24Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’. 25Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26E, além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’. 27O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, 28porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. 29Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas, que os escutem!’ 30O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’. 31Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos’ “.
Caríssimos discípulos e discípulas do Senhor! Hoje, na Liturgia da Palavra, somos instruídos pela mais genuína sabedoria divina! Os verdadeiros sábios instruídos pelo Espírito Santo, na mais autêntica sabedoria de vida, quer sejam eles profetas, apóstolos ou o próprio Mestres Divino, instruídos na Palavra de Deus e nas coisas de Deus e dos homens, todos eles costumam estabelecer um contraste e uma certa oposição entre as coisas da carne e as coisas do espírito. Todos eles são unânimes em dizer que há, neste mundo e no coração de cada homem, um conflito enorme entre o bem e o mal; entre os interesses da carne e os valores do espírito; entre os bens materiais e os bens espirituais; entre o rico epulão e o pobre Lázaro!
O profeta Jeremias, o salmista Davi e Jesus Cristo em seu Evangelho, pregando a Palavra de Deus, instruíram as pessoas de forma unânime na mais genuína sabedoria de vida. Diziam eles que os malditos, os infelizes e os soberbos – os maus, os perversos e os ricos materialistas – eram aqueles que faziam consistir a sua vida nas coisas da carne e nos bens materiais. E os benditos, os felizes e os humildes – os justo, os bons e os pobres em espírito – “seriam os que confiavam no Senhor e nele esperavam” (Jr 17, 7); ou como disse o Salmista: ” estes encontram seu prazer na lei de Deus e a meditam, dia e noite, sem cessar (Sl. 1, 2). Estes são aqueles que confiam em Deus e nos bens espirituais! Como dizia o profeta: “Maldito o homem que confia no homem e faz consistir sua força na carne humana, enquanto o seu coração se afasta do Senhor! Bendito o homem que confia no Senhor, cuja esperança é o Senhor” (Jr 17, 5-7).
Embora estas coisas não sejam tão evidentes enquanto se vive neste mundo, entretanto tudo ficará bem claro depois da morte, na outra vida! Lá, depois de passar pela triagem e pelo julgamento de Deus, os maus haverão de viver uma vida perturbada e atormentada, uma vida de malditos e de infelizes; e os justos terão uma vida bendita e feliz, repleta de consolo e de paz. Pois, assim dizia o profeta: “Eu sou o Senhor, que perscruto os corações e provo os sentimentos, que dou a cada qual conforme o seu proceder e conforme o fruto de suas obras” (Jr, 17, 8). Ou conforme o testemunho do Salmista: “Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, mas a estrada dos malvados leva à morte” (Sl 1, 6)!
Ou ainda, como dizia o próprio Jesus Cristo – aquele que ressuscitou dos mortos e é o nosso mestre na sabedoria de vida que vem de Deus – na parábola do Evangelho: “Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’. Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. E, além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’. O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas, que os escutem!’ O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’. Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos’ ” (Lc 16, 22-31).
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