Deus abençoou Noé e seus filhos, dizendo-lhes: “Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra. 2Vós sereis objeto de medo e terror para todos os animais da terra, todas as aves do céu, tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar: eis que os entrego todos em vossas mãos. 3Tudo o que vive e se move vos servirá de alimento. Entrego-vos tudo, como já vos dei os vegetais. 4Contudo, não deveis comer carne com sangue, que é sua vida. 5Da mesma forma, pedirei contas do vosso sangue, que é vida, a qualquer animal. E ao homem pedirei contas da vida do homem, seu irmão. 6Quem derramar sangue humano, por mãos de homem terá seu sangue derramado, porque o homem foi feito à imagem de Deus. 7Quanto a vós, sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e dominai-a”. 8Disse Deus a Noé e a seus filhos: 9“Eis que vou estabelecer minha aliança convosco e com vossa descendência, 10com todos os seres vivos que estão convosco: aves, animais domésticos e selvagens, enfim, com todos os animais da terra, que saíram convosco da arca. 11Estabeleço convosco a minha aliança: nenhuma criatura será mais exterminada pelas águas do dilúvio, e não haverá mais dilúvio para devastar a terra”. 12E Deus disse: “Este é o sinal da aliança que coloco entre mim e vós, e todos os seres vivos que estão convosco, por todas as gerações futuras. 13Ponho meu arco nas nuvens como sinal de aliança entre mim e a terra”.
As nações respeitarão o vosso nome, * e os reis de toda a terra, a vossa glória; 17quando o Senhor reconstruir Jerusalém * e aparecer com gloriosa majestade, 18ele ouvirá a oração dos oprimidos * e não desprezará a sua prece. 19Para as futuras gerações se escreva isto, * e um povo novo a ser criado louve a Deus. 20Ele inclinou-se de seu templo nas alturas, * e o Senhor olhou a terra do alto céu, 21para os gemidos dos cativos escutar * e da morte libertar os condenados. 29Assim também a geração dos vossos servos † terá casa e viverá em segurança, * e ante vós se firmará sua descendência. Para que cantem o seu nome em Sião * e louve ao Senhor Jerusalém, quando os povos e as nações se reunirem * e todos os impérios o servirem.
Naquele tempo, 27Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesareia de Filipe. No caminho perguntou aos discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” 28Eles responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas”. 29Então ele perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Messias”. 30Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a seu respeito. 31Em seguida, começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, devia ser morto, e ressuscitar depois de três dias. 32Ele dizia isso abertamente. Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo. 33Jesus voltou-se, olhou para os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: “Vai para longe de mim, Satanás! Tu não pensas como Deus, e sim como os homens”.
Caríssimos irmãos! No Livro dos Gênesis, o autor sagrado apresentou Noé como o santo patriarca, intermediário entre Adão e Abraão. Noé era uma espécie de “novo Adão”, do qual renascera a humanidade, depois do extermínio causado pelo Dilúvio. Deus ordenou a Noé, da mesma forma como o fez à Adão, dizendo: “Quanto a vós, sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e dominai-a” (Gn 9, 1)! E, por outro lado, Noé era um primitivo e antigo patriarca, antecessor de Abraão. Assim como Deus fez uma Aliança com Abraão, também fizera uma Aliança com Noé e os seus filhos, dizendo: “Eis que vou estabelecer minha aliança convosco e com vossa descendência. Estabeleço convosco a minha aliança: nenhuma criatura será jamais exterminada pelas águas do dilúvio, e não haverá mais dilúvio para devastar a terra”. Ponho meu arco nas nuvens como sinal de aliança entre mim e a terra” (Gn 9, 9-11). Nesta Aliança Deus se comprometeu com Noé e com toda a sua posteridade, dizendo que não haveria de jamais exterminar a humanidade com um Dilúvio, por causa de seus pecados.
Jesus, no Evangelho, pôs-se a ensinar aos Apóstolos, com muito cuidado, certos pontos fundamentais da sua doutrinas evangélica. Jesus estava, naquele momento, preparando os Apóstolos a se tornarem mestres e missionários desta nova religião, que ele estava estabelecendo no mundo. Por isso ele começou a revelar-lhes os mistérios divinos de sua própria pessoa, explicando-lhes a sua obra salvífica. E, para isso, ele usava o recurso didático do diálogo, que é um método pedagógico mais simples e acessível. Desta forma, Jesus ensinava os seus Apóstolos, fazendo a seguinte pergunta: “Quem dizem os homens que eu sou?” Eles então responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas”. Então ele perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Messias” (Mc 8, 27-33). Assim que ele ouviu esta resposta, Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a seu respeito. Esta proibição era momentânea e circunstancial, visto que esta verdade deveria ser mantida, por hora, em segredo. Depois de sua morte e ressureição os Apóstolos estavam autorizados a divulgar estas verdades evangélicas ao mundo inteiro!
A seguir, Jesus começou a ensinar-lhes as lição mais difíceis, que poderiam causar escândalo e perplexidade nos apóstolos, ao tocar no assunto das futuras tribulações, sofrimentos e perseguições que o Filho do Homem haveria de sofrer; terminando sua vida nos tormentos de uma cruz. Tais verdades proféticas causaram, de fato, escândalo nos Apóstolos, ao ponto de Pedro ser duramente repreendido por Jesus.
Enfim, concluindo o seu discurso, Jesus disse que os Apóstolos deveriam ter, antes de tudo, uma compreensão de fé, iluminada pela graça de Deus; e não deveriam se deixar levar apenas por raciocínios e cálculos humanos. Jesus deixava bem claro que a sua doutrina evangélica deveria ser recebida pelos Apóstolos, em toda sua integridade, com plena ciência, e com uma sincera adesão de fé! Desta forma, todos os povos teriam acesso ao Evangelho da Salvação, conforme as palavras do profeta: “Para as futuras gerações se escreva isto, e um povo novo a ser criado louve a Deus. Ele inclinou-se de seu templo nas alturas, e o Senhor olhou a terra do alto céu, para os gemidos dos cativos escutar e da morte libertar os condenados” (Sl 101, 19-21).
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