Uma palavra amena multiplica os amigos e acalma os inimigos; uma língua afável multiplica as saudações. 6Sejam numerosos os que te saúdam, mas teus conselheiros, um entre mil. 7Se queres adquirir um amigo, adquire-o na provação; e não te apresses em confiar nele. 8Porque há amigo de ocasião, que não persevera no dia da aflição. 9Há amigo que passa para a inimizade, e que revela as desavenças para te envergonhar. 10Há amigo que é companheiro de mesa e que não persevera no dia da necessidade. 11Quando fores bem sucedido, ele será como teu igual e, sem cerimônia, dará ordens a teus criados. 12Mas, se fores humilhado, ele estará contra ti e se esconderá da tua presença. 13Afasta-te dos teus inimigos e toma cuidado com os amigos. 14Um amigo fiel é poderosa proteção: 15Ao amigo fiel não há nada que se compare, é um bem inestimável. 16Um amigo fiel é um bálsamo de vida; os que temem o Senhor vão encontrá-lo. 17Quem teme o Senhor, conduz bem a sua amizade: como ele é, tal será o seu amigo.
Ó Senhor, vós sois bendito para sempre; * os vossos mandamentos ensinai-me! 16Minha alegria é fazer vossa vontade; * eu não posso esquecer vossa palavra. 18Abri meus olhos, e então contemplarei * as maravilhas que encerra a vossa lei! 27Fazei-me conhecer vossos caminhos, * e então meditarei vossos prodígios! 34Dai-me o saber, e cumprirei a vossa lei, * e de todo o coração a guardarei. 35Guiai meus passos no caminho que traçastes, * pois só nele encontrarei felicidade.
Vossa palavra é a verdade; santificai-nos na verdade!
Naquele tempo, 1Jesus foi para o território da Judeia, do outro lado do rio Jordão. As multidões se reuniram de novo, em torno de Jesus. E ele, como de costume, as ensinava. 2Alguns fariseus se aproximaram de Jesus. Para pô-lo à prova, perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher. 3Jesus perguntou: “O que Moisés vos ordenou?” 4Os fariseus responderam: “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la”. 5Jesus então disse: “Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento. 6No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. 7Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. 8Assim, já não são dois, mas uma só carne. 9Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!” 10Em casa, os discípulos fizeram, novamente, perguntas sobre o mesmo assunto. 11Jesus respondeu: “Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. 12E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério”.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra de hoje nos fala sobre o sacramento do Matrimônio. Este consórcio conjugal entre um homem e uma mulher, que realiza uma comunhão de vida entre os dois, foi instituída por Deus e estabelecida por ele como um sólido fundamento da família humana e cristã. E este vínculo matrimonial se realiza por vontade divina, pois, como disse o Senhor: “O que Deus uniu, o homem não separe” (Mc 10, 9)!
Em poucas palavras Jesus conseguiu ensinar-nos toda a sua doutrina sobre o sacramento do Matrimônio. Depois de ter sido provocado pelos fariseus para que Jesus se posicionasse sobre esta matéria, Jesus deu uma aula magistral sobre o tema, demonstrando toda a doutrina cristã e evangélica sobre o sacramento do Matrimônio. Depois de ter ouvido qual era a posição dos fariseus sobre a união conjugal e qual era a orientação que eles haviam recebido de Moisés, Jesus logo refutou-os dizendo que o divórcio feito daquela maneira era injusto e pecaminoso, dizendo-lhes: “Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento” (Mc 10, 5). E logo a seguir Jesus demonstrou que a sua doutrina sobre o matrimônio não tinha nada de novo, pois as suas orientações sobre o matrimônio eram as mesmas que Deus havia estabelecido no início da criação. Então ele recordou-lhes a doutrina original de Deus, quando, lá no princípio, ele os fez homem e mulher, dizendo-lhes: “No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe” (Mc 10, 6-9)!
Para os apóstolos e para a sua Igreja, Jesus acrescentou, logo a seguir, uma breve explicação para que não ficasse qualquer dúvida a respeito das normas que ele estava estabelecendo em sua Igreja sobre o Matrimônio, dizendo: “Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério” (Mc 10, 11-12). Portanto, com estas palavras Jesus alertava os seus discípulos e todos os cristãos, membros de sua Igreja, que eles cometeriam pecado grave de adultério se não respeitassem estas normas que ele estabelecera para o sacramento do Matrimônio. Pois, ele havia estabelecido um vínculo matrimonial indissolúvel e por toda vida, pois, “o que Deus uniu, o homem não separe” (Mc 10, 9)!
Para que este vínculo e este consórcio matrimonial entre o esposo e a esposa não se transformasse num fardo muito pesado a ser carregado, era necessário que estre os dois existisse um vínculo de amor e de amizade. Pois, o amor e a amizade são meios formidáveis para suportar os defeitos da pessoa amada e eles amenizam as contrariedades da vida. Já dizia o sábio profeta: “Uma palavra amena multiplica os amigos e acalma os inimigos; uma língua afável multiplica as saudações. Se queres adquirir um amigo, adquire-o na provação; e não te apresses em confiar nele. Um amigo fiel é poderosa proteção: Ao amigo fiel não há nada que se compare, é um bem inestimável. Um amigo fiel é um bálsamo de vida; os que temem o Senhor vão encontrá-lo. Quem teme o Senhor, conduz bem a sua amizade: como ele é, tal será o seu amigo” (Eclo 6, 6-7;14-17).
E assim, o esposo e a esposa que assumissem o seu matrimônio do jeito que Jesus lhes estabeleceu, seriam, sem dúvida, felizes! Felizes aqui neste mundo, por estarem cumprindo a vontade de Deus, na santidade e na verdade. E seriam, certamente, recebidos no Reino dos céus, por terem cumprido os preceitos do Senhor. Como disse o profeta: “Minha alegria é fazer vossa vontade; eu não posso esquecer vossa palavra. Abri meus olhos, e então contemplarei as maravilhas que encerra a vossa lei! Guiai meus passos no caminho que traçastes, pois só nele encontrarei felicidade” (Sl 118, 16; 18; 35).
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