O Senhor falou a Moisés, dizendo: 2“Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel, e dize-lhes: ‘Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo. 17Não tenhas no coração ódio contra teu irmão. Repreende o teu próximo, para não te tornares culpado de pecado por causa dele. 18Não procures vingança, nem guardes rancor dos teus compatriotas. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.’”
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,* e todo o meu ser, seu santo nome! 2Bendize, ó minha alma, ao Senhor,* não te esqueças de nenhum de seus favores! 3Pois ele te perdoa toda culpa,* e cura toda a tua enfermidade; 4da sepultura ele salva a tua vida* e te cerca de carinho e compaixão. 8O Senhor é indulgente, é favorável,* é paciente, é bondoso e compassivo. 10Não nos trata como exigem nossas faltas,* nem nos pune em proporção às nossas culpas. 12quanto dista o nascente do poente,* tanto afasta para longe nossos crimes. 13Como um pai se compadece de seus filhos,* o Senhor tem compaixão dos que o temem.
Irmãos: 16Acaso não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós? 17Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá, pois o santuário de Deus é santo, e vós sois esse santuário. 18Ninguém se iluda:
Se algum de vós pensa que é sábio nas coisas deste mundo, reconheça sua insensatez, para se tornar sábio de verdade; 19pois a sabedoria deste mundo é insensatez diante de Deus. Com efeito, está escrito: “Aquele que apanha os sábios em sua própria astúcia”, 20e ainda: “O Senhor conhece os pensamentos dos sábios; sabe que são vãos”. 21Portanto, que ninguém ponha a sua glória em homem algum. Com efeito, tudo vos pertence: 22Paulo, Apolo, Cefas, o mundo, a vida, a morte, o presente, o futuro; tudo é vosso, 23mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus.
É perfeito o amor de Deus em quem guarda sua palavra.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 38“Vós ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ 39Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! 40Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! 41Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! 42Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado. 43Vós ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!’ 44Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! 45Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos. 46Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? 47E se saudais somente os vossos irmãos, o que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? 48Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito.”
Caríssimos discípulos e discípulas! A Liturgia da Palavra deste Domingo nos apresenta, em todas as leituras, palavras desafiadoras e provocantes, para imitarmos a Cristo e buscar a perfeição de vida na santidade e na caridade. Inspiradas pela sabedoria divina, as leituras da Liturgia de hoje nos chamam a viver na santidade e nos desafiam a buscar com coragem uma perfeição de vida, semelhante a de Cristo. Todas as leituras que ouvimos nos propõe o seguinte: “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo”.(Lv 19, 2)! Ou ainda: “Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48).
Já no Antigo Testamento, no Livro dos Levíticos, o Senhor dava aos filhos de Israel a seguinte recomendação, que os fazia alcançar a perfeição de vida na santidade, dizendo-lhes “‘Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo. Não tenhas no coração ódio contra teu irmão. Repreende o teu próximo, para não te tornares culpado de pecado por causa dele. Não procures vingança, nem guardes rancor dos teus compatriotas. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor” (Lv 19, 2; 17-18).
O Senhor Jesus Cristo, ao anunciar o seu Evangelho, disse que a perfeição de vida seria possível de ser alcançada quando a nossa conduta de vida e as nossas atitudes fossem pautadas no amor e na santidade. Entretanto, o próprio Jesus disse que o amor apresentava certos graus de perfeição. Por isso, o amor mais comum, que é o amor fraterno, que acontece no convívio familiar e com os amigos, ele vem acompanhado de muitas imperfeições. Embora Jesus desse grande importância a este amor mútuo e fraterno, porém, ele dizia que não estaria ali, propriamente, a perfeição do amor, pois os maus e os pagãos também o praticavam, como Jesus dizia: “Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? E se saudais somente os vossos irmãos, o que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa” (Mt 5, 46-47)?
O amor ao próximo, entretanto, alcançaria o grau mais elevado de perfeição, quando o fiel discípulo de Jesus, vivendo na justiça e santidade, amasse as pessoas que estivessem ao seu lado, mesmo sendo malvadas e que fossem seus inimigos! Por isso, Jesus começou este seu discurso sobre o amor aos malvados e inimigos, dizendo: “Vós ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado (Mt 5, 38-39)! E, se o discípulo quiser ser perfeito, então deverá seguir a seguinte orientação de Jesus: “Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos. Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 44-48).
Deste modo, caros irmãos, podemos entender que o amor perfeito não se move, propriamente, por meio de sentimentos, mas pela vontade firme de fazer a vontade de Deus. Pois é praticando a Palavra que nos ordena a amar o próximo em toda e qualquer circunstância, que se alcança a perfeição do amor, sobretudo se o próximo for malvado ou inimigo. Aí, então, “é perfeito o amor de Deus em quem guarda sua palavra” (1Jo 2, 5).
São Paulo, na Carta aos Corintos, chamava a atenção dos cristãos para que eles evitassem todo tipo de pecado grave, mantendo-se na santidade, para resguardar o seu corpo como um santuário do Espírito Santo, dizendo-lhes: “Acaso não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá, pois o santuário de Deus é santo, e vós sois esse santuário” (1Cor 3, 16-17). Pois, se este santuário viesse a ser destruído pelo pecado grave, de nada lhe serviriam as obras perfeitas do amor. E, assim, todo aquele que não estivesse na santidade, não haveria de se salvar; e, consequentemente, aquele que não viesse a se salvar, também não seria, obviamente, recompensado por Deus na vida eterna, por ter praticado obras meritórias e perfeitas.
Desta forma, caros irmãos, sendo imitadores de Cristo, nós seremos elevados pelo próprio Deus a alcançarmos as alturas da perfeição e da santidade, como disse o Salmista: “Pois ele te perdoa toda culpa, e cura toda a tua enfermidade; da sepultura ele salva a tua vida e te cerca de carinho e compaixão. O Senhor é indulgente, é favorável, é paciente, é bondoso e compassivo. Como um pai se compadece de seus filhos, o Senhor tem compaixão dos que o temem” (Sl 102, 3-4; 8; 13).
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