O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só. Vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele”. 19Então o Senhor Deus formou da terra todos os animais selvagens e todas as aves do céu, e trouxe-os a Adão para ver como os chamaria; todo o ser vivo teria o nome que Adão lhe desse. 20E Adão deu nome a todos os animais domésticos, a todas as aves do céu e a todos os animais selvagens, mas Adão não encontrou uma auxiliar semelhante a ele. 21Então o Senhor Deus fez cair um sono profundo sobre Adão. Quando tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com carne. 22Depois, da costela tirada de Adão, O Senhor Deus formou a mulher e conduziu-a a Adão. 23E Adão exclamou: “Desta vez, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada ‘mulher’ porque foi tirada do homem”. 24Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne. 25Ora, ambos estavam nus, Adão e sua mulher, e não se envergonhavam.
Feliz és tu se temes o Senhor* e trilhas seus caminhos! 2Do trabalho de tuas mãos hás de viver,* serás feliz, tudo irá bem! 3A tua esposa é uma videira bem fecunda* no coração da tua casa; os teus filhos são rebentos de oliveira* ao redor de tua mesa. 4Será assim abençoado todo homem* que teme o Senhor. 5O Senhor te abençoe de Sião,* cada dia de tua vida.
Acolhei docilmente a Palavra semeada em vós, meus irmãos; ela pode salvar vossas vidas!
Naquele tempo, 24Jesus saiu dali e foi para a região de Tiro e Sidônia. Entrou numa casa e não queria que ninguém soubesse onde ele estava. Mas não conseguiu ficar escondido. 25Uma mulher, que tinha uma filha com um espírito impuro, ouviu falar de Jesus. Foi até ele e caiu a seus pés. 26A mulher era pagã, nascida na Fenícia da Síria. Ela suplicou a Jesus que expulsasse de sua filha o demônio. 27Jesus disse: “Deixa primeiro que os filhos fiquem saciados, porque não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos”. 28A mulher respondeu: “É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair”. 29Então Jesus disse: “Por causa do que acabas de dizer, podes voltar para casa. O demônio já saiu de tua filha”. 30Ela voltou para casa e encontrou sua filha deitada na cama, pois o demônio já havia saído dela.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra de hoje nos coloca diante de várias situações nas quais foram ressaltadas a grandeza e a dignidade da mulher. O Livro do Gênesis nos apresentou por meio de uma descrição maravilhosa a criação da mulher, a partir da costela de Adão. Tornando-se, assim, semelhante ao homem e a sua melhor companheira. No Evangelho que ouvimos, Jesus Cristo teve, por sua vez, um diálogo sensacional com uma mulher pagã, da Fenícia, que lhe implorava, com fé sincera e humilde, a cura de sua filha. E finalmente o profeta fez os elogios do homem e da mulher que temem ao Senhor e cumprem com dedicação as suas responsabilidades na vida familiar e conjugal.
Irmãos caríssimos, é muito interessante e sugestivo o modo como o autor sagrado apresentou a questão da criação da mulher. Logo depois de descrever a criação de Adão, ele percebeu que o homem sozinho, isolado e solitário neste mundo, jamais se sentiria bem, levando uma vida amargurada e vazia. A solidão lhe causaria tédio e desolação. Por isso, o Divino Criador entendeu que esta criatura humana que ele colocara neste mundo precisava urgentemente de outro ser humano, semelhante a ele, para fazer-lhe companhia, em igual dignidade e natureza. Por isso ele disse: “Não é bom que o homem esteja só. Vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele” (Gn 2, 18).
E esta auxiliar e companheira que Deus deu ao homem foi um ser humano em forma de mulher, que Adão a chamou de Eva! E assim, conforme descreveu o autor sagrado: “O Senhor Deus, então, fez cair um sono profundo sobre Adão. Quando tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com carne. Depois, da costela tirada de Adão, O Senhor Deus formou a mulher e conduziu-a a Adão. E Adão exclamou: “Desta vez, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada ‘mulher’ porque foi tirada do homem” (Gn 2, 21-23).
Adão, sentindo-se realizado e satisfeito, exclamou: “Desta vez, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne” (Gn 2, 23)! E, assim, Adão abraçando Eva como sua amada companheira e esposa, estabeleceu com ela uma sociedade e uma unidade tão perfeita e estreita, como se o sua própria carne se fundisse com a carne dela, conforme as palavras do Senhor: “Ela será chamada ‘mulher’ porque foi tirada do homem. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne” (Gn 2, 24).
O Salmista, lançando um olhar sobre esta comunidade doméstica do homem e da mulher, unidos numa sociedade matrimonial para se auxiliarem mutuamente, teceu-lhes grandes louvores, dizendo: “Feliz és tu se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem! A tua esposa é uma videira bem fecunda no coração da tua casa; os teus filhos são rebentos de oliveira ao redor de tua mesa. Será assim abençoado todo homem que teme o Senhor. O Senhor te abençoe de Sião, cada dia de tua vida” (Sl 127, 1-5).
E para confirmar estas palavras tão bonitas sobre a vida familiar, o apóstolo Tiago, em sua carta, exortou aos casais cristãos a praticarem a Palavra de Deus que foi semeada em seus corações, tratando-se mutuamente na serenidade e na mansidão. Desta forma, Deus haveria de abençoá-los em sua vida neste mundo, e obteriam a salvação eterna, como disse Tiago: “Acolhei docilmente a Palavra semeada em vós, meus irmãos; pois, ela pode salvar vossas vidas” (Tg 1, 21)!
Na verdade, caros irmãos, a mulher fenícia, que apareceu no Evangelho de hoje, fez exatamente isto que São Tiago recomendou aos cristãos. Embora ela fosse pagã, ela acolheu com toda docilidade e fé a Palavra de Deus, anunciada por Jesus Cristo. Ao saber que Jesus estava passando pela sua cidade, “uma mulher, que tinha uma filha com um espírito impuro, ouviu falar de Jesus. Foi até ele e caiu a seus pés. A mulher era pagã, nascida na Fenícia da Síria. Ela suplicou a Jesus que expulsasse de sua filha o demônio” (Mc 7, 25-26).
E a seguir, nós vamos ouvir um dos diálogos mais interessantes e admiráveis entre Jesus e uma mulher, que lhe implorava o seu auxílio, diante de uma situação familiar desesperadora. Jesus, no entanto, parecia que não queria dar atenção àquela mulher, respondendo-lhe de uma forma rude e áspera, dizendo: “Deixa primeiro que os filhos fiquem saciados, porque não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos” (Mc 7, 27). A mulher, sem se importar com este modo rude de falar, não se irritou e nem se ofendeu. De forma inteligente e perspicaz ela deu uma resposta de tal modo surpreendente que deixou Jesus perplexo, quando lhe disse: “É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair” (Mc 7, 28). Diante destas palavras tão repletas de humildade e fé, Jesus, então, disse-lhe: “Por causa do que acabas de dizer, podes voltar para casa. O demônio já saiu de tua filha”. Ela voltou para casa e encontrou sua filha deitada na cama, pois o demônio já havia saído dela” (Mc 7, 30).
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