Irmãos, 4vós ainda não resististes até ao sangue na vossa luta contra o pecado, 5e já esquecestes as palavras de encorajamento que vos foram dirigidas como a filhos: “Meu filho, não desprezes a educação do Senhor, não te desanimes quando ele te repreende; 6pois o Senhor corrige a quem ele ama e castiga a quem aceita como filho”. 7É para a vossa educação que sofreis, e é como filhos que Deus vos trata. Pois qual é o filho a quem o pai não corrige? 11No momento mesmo, nenhuma correção parece alegrar, mas causa dor. Depois, porém, produz um fruto de paz e de justiça para aqueles que nela foram exercitados. 12Portanto, “firmai as mãos cansadas e os joelhos enfraquecidos; 13acertai os passos dos vossos pés”, para que não se extravie o que é manco, mas antes seja curado. 14Procurai a paz com todos, e a santificação, 15cuidai para que ninguém abandone a graça de Deus. Que nenhuma raiz venenosa cresça no meio de vós, tumultuando e contaminando a comunidade.
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, * e todo o meu ser, seu santo nome! 2Bendize, ó minha alma, ao Senhor, * não te esqueças de nenhum de seus favores! 13Como um pai se compadece de seus filhos, * o Senhor tem compaixão dos que o temem. 14Porque sabe de que barro somos feitos, * e se lembra que apenas somos pó. 17Mas o amor do Senhor Deus por quem o teme * é de sempre e perdura para sempre; e também sua justiça se estende * por gerações até os filhos de seus filhos, aos que guardam fielmente sua Aliança.
Minhas ovelhas escutam minha voz; eu as conheço e as me seguem.
Naquele tempo, 1Jesus foi a Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. 2Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: “De onde recebeu ele tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos? 3Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?’ E ficaram escandalizados por causa dele. 4Jesus lhes dizia: “Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares”. 5E ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. 6E admirou-se com a falta de fé deles.
Caríssimos irmãos em Cristo nosso Senhor! A Liturgia da Palavra de hoje nos apresentou as grandes dificuldades que Jesus e os apóstolos encontraram para evangelizar a região da Galileia e a cidade de Nazaré, onde Jesus viveu grande parte de sua vida, antes de começar as suas viagens missionárias. Mesmo que Jesus tenha encontrado grande resistência e ceticismo entre os nazarenos, mais tarde, muitos deles se converteram ao cristianismo. Pois Jesus sabia que muitos deles haveriam de ser ovelhas do seu rebanho!
Quando Jesus Cristo terminou o seu primeiro giro missionário na Galileia, retornou à sua casa e à sua cidade, em Nazaré. Ele era muito conhecido em Nazaré da Galileia, pelo fato de que naquela localidade Jesus vivera por mais de vinte anos. Entretanto, a sua fama se espalhava por toda a região da Galileia, por causa de suas palavras e de seus milagres. Assim, ao retornar a Nazaré, no Sábado, na Sinagoga, todos acorreram para lá, afim de ver Jesus e seus milagres. Mas, eis que ali se comprovaram os sinais de contradição que haveriam de acompanhar Jesus. Por isso, num primeiro momento, todos ficaram admirados com a sua erudição e com suas palavras cheias de sabedoria, ao comentarem entre si: “De onde recebeu ele tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos” (Mc 6, 2)?
Como ali em Nazaré habitassem muito dos seus familiares, amigos e vizinhos que tiveram, diariamente, uma longa convivência com ele, apareceram reações contraditórias. Algumas pessoas, ao verem Jesus, comentavam entre si, dizendo: “Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?’ E ficaram escandalizados por causa dele”(Mc 6, 3). Pois, não conseguiam acreditar que ele fosse um profeta iluminado por Deus e nem conseguiam aceitar que ele pudesse ser o Messias, ou o Filho de Deus, como andavam dizendo. E Jesus nem ficou muito impressionado com a reação negativa e incrédula de seus parentes e concidadãos. Por isso, “Jesus lhes dizia: ‘Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares’. E ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. E admirou-se com a falta de fé deles” (Mc 6, 4-6).
Contudo, caros irmãos, Jesus sabia muito bem quais eram as suas ovelhas e quem haveria de aderir a ele, reconhecendo-o como o seu Senhor e Salvador. Como o próprio Jesus dizia: “Minhas ovelhas escutam minha voz; eu as conheço e as me seguem” (Jo 10, 27).
É interessante notar que o povo de Nazaré nunca percebera em Jesus nada de extraordinário e nem de sobrenatural naquele longo tempo de convivência. Naquele tempo nada fazia crer que este homem fosse o Messias ou um profeta poderoso e iluminado, tanto em palavras, quanto em prodígios. E, vendo-o agora tão mudado, muitos se negaram a acreditar que ele fosse o Messias e o Filho de Deus. Porém, mais tarde, depois da ressurreição de Cristo, quando os apóstolos retornaram à Galileia, muitos se converteram e se tornaram cristãos e discípulos de Cristo. Paulo, na sua Carta aos Hebreus, exortava-os a perseverarem na fé e na esperança de salvação, dizendo-lhes: “Irmãos, vós ainda não resististes até ao sangue na vossa luta contra o pecado, e já esquecestes as palavras de encorajamento que vos foram dirigidas como a filhos: ‘Meu filho, não desprezes a educação do Senhor, não te desanimes quando ele te repreende; pois o Senhor corrige a quem ele ama e castiga a quem aceita como filho'” (Hb 12, 4-6). E concluiu dizendo: “Procurai a paz com todos, e a santificação, cuidai para que ninguém abandone a graça de Deus. Que nenhuma raiz venenosa cresça no meio de vós, tumultuando e contaminando a comunidade” (Hb 12, 14-15).
Os apóstolos que evangelizaram na Galileia obtiveram a graça de muitas conversões. Muitos daqueles que se mostraram céticos diante de Jesus, humildemente abraçaram a fé e se tornaram ovelhas do rebanho do Senhor. Tanto eles quanto nós que abraçamos a fé, devemos louvar Jesus Cristo reconhecendo-o como nosso Senhor e Salvador, dizendo: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores! Como um pai se compadece de seus filhos, o Senhor tem compaixão dos que o temem. Mas o amor do Senhor Deus por quem o teme é de sempre e perdura para sempre, aos que guardam fielmente sua Aliança” (Sl 102, 1-2; 13; 17-18).
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